Arco e flecha de 7 mil anos é encontrado na ‘Caverna dos Morcegos’

Boa preservação permitiu aos cientistas identificar as cordas de arco mais antigas da Europa
Gabriel Sérvio18/12/2024 16h24
Arco e flecha de 7 mil anos é encontrado na 'Caverna dos Morcegos'
(Imagem: Gabriel Sérvio/Criada por DALL-E/Olhar Digital)
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Uma equipe de arqueólogos fez descobertas excepcionais, incluindo equipamentos de arco e flecha de 7.000 anos, hastes de flechas com penas presas e as cordas de arco mais antigas conhecidas na Europa. Os artefatos estavam escondidos na Caverna dos Morcegos (“Cueva de los Murciélagos“), na Espanha, segundo uma declaração divulgada recentemente pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB).

Veja o que foi revelado sobre as descobertas que fornecem informações sem precedentes sobre materiais e técnicas de fabricação do período neolítico.

Como era feito o arco e flecha neolítico

  • A boa preservação permitiu aos cientistas identificar as cordas de arco mais antigas da Europa, que foram feitas a partir de tendões de três espécies animais.
  • Artesãos torciam juntos tendões de corças e espécies de cabras e javalis para moldar as cordas de arco;
  • Com esta técnica, puderam ser feitas cordas fortes e flexíveis para satisfazer as necessidades de arqueiros experientes“, disse a pesquisadora da UAB Raquel Piqué;
  • As flechas com ponta de madeira eram pesadas na frente e feitas de uma combinação de madeira de oliveira, junco e salgueiro para aumentar sua eficácia balística;
  • O uso de junco para a fabricação de flechas na Europa pré-histórica, uma hipótese considerada por pesquisadores por décadas, também foi confirmada;
  • As flechas eram revestidas ainda com piche de casca de bétula como uma camada protetora, um material obtido por um tratamento térmico da casca desta árvore.
Entre os achados, estão flechas preservadas com suas penas originais, restos de fibras e duas cordas de arco feitas de tendões de animais, que são as mais antigas encontradas até agora na Europa. (Créditos da Imagem: Projeto MUTERMUR)

A combinação de materiais variados e técnicas avançadas identificadas neste estudo redefine a compreensão das tecnologias usadas pelas comunidades pré-históricas e oferece uma nova perspectiva sobre as sociedades neolíticas na região, afirma a pesquisa.

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O uso de madeira de oliveira, junco e piche de casca de bétula na fabricação de flechas também revela um grau de precisão e domínio técnico sem precedentes, destaca o estudo publicado na Scientific Reports.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.