EUA: remédio para perda de peso é aprovado para tratar apneia

FDA liberou Zepbound para casos moderados e graves combinando dieta hipocalórica e aumento da atividade física
Por Bruna Barone, editado por Bruno Capozzi 23/12/2024 21h44
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Remédio pode ser usado para casos moderados e graves de apneia (Imagem: Andrii Lysenko/iStock)
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Os Estados Unidos aprovaram o primeiro medicamento de prescrição para tratar apneia obstrutiva do sono: Zepbound, desenvolvido originalmente para perda de peso. A autorização foi concedida pela Food and Drug Administration (FDA), agência de atuação similar à Anvisa no Brasil.

A doença afeta cerca de 30 milhões de pessoas no país e está associada à obesidade, segundo a Academia Americana de Medicina do Sono.

“Este é um grande passo à frente para pacientes com apneia obstrutiva do sono”, disse a Dra. Sally Seymour, diretora da Divisão de Pneumologia, Alergia e Cuidados Críticos da FDA, no comunicado.

Estudos mostraram efeitos positivos da redução de peso no controle da apneia (Imagem: Eli Lilly/Divulgação)

O distúrbio se caracteriza por interrupções na respiração durante o sono que podem durar segundos ou minutos. A pausa acontece quando a musculatura da garganta fica relaxada, bloqueando as vias aéreas.

A FDA liberou o tratamento após avaliar dados de dois estudos patrocinados pela própria farmacêutica americana Eli Lilly que mostraram o efeito positivo da redução de peso na diminuição dos efeitos dessa condição. 

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FDA alerta que pacientes com doença renal devem ser monitorados (Imagem: JHVEPhoto/iStock)

Quem pode usar o Zepbound para tratar apneia?

O Zepbound funciona ativando receptores de hormônios secretados pelo intestino para reduzir o apetite e a ingestão de alimentos. O remédio foi aprovado para tratar apneia moderada a grave em adultos com obesidade, “em combinação com uma dieta hipocalórica e aumento da atividade física”. 

Os efeitos adversos mais comuns são náusea, diarreia, vômito, constipação, desconforto e dor abdominal, reações no local da injeção, fadiga, reações de hipersensibilidade, arrotos, perda de cabelo e doença do refluxo gastroesofágico.

A FDA alerta que o medicamento não deve ser usado por pacientes com histórico pessoal ou familiar de câncer medular da tireoide ou em pacientes com síndrome de Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 2.

“Os profissionais de saúde também devem monitorar pacientes com doença renal, retinopatia diabética e depressão ou comportamentos ou pensamentos suicidas”, diz o comunicado.

Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.