Anel metálico gigante que caiu no Quênia é peça de foguete, revela análise

A Agência Espacial do Quênia concluiu que o anel, com cerca de 2,5 metros de largura e 500 kg, fazia parte de um foguete recém-lançado
Flavia Correia04/01/2025 13h02
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Anel metálico despencou do céu em uma vila no Quênia. Crédito: KBC/Reprodução Redes Sociais
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Uma peça metálica em formato de anel, pesando 500 kg e com cerca de 2,5 metros de largura, caiu em Mukuku, uma vila no sul do Quênia, na última segunda-feira (31). O objeto, cuja queda causou alvoroço na comunidade local, foi identificado como parte de um foguete que se desprendeu durante um lançamento.

Testemunhas descreveram o anel como “vermelho e quente”. Joseph Mutua, um dos moradores da pequena vila, situada a sudeste da capital Nairóbi, contou à emissora local NTV que ouviu um estrondo alto enquanto cuidava de sua vaca. “Parecia uma bomba. Se tivesse caído em uma propriedade, o desastre seria grande”.

Funcionários da Agência Espacial do Quênia (KSA) chegaram ao local na terça-feira (1º) para garantir a segurança da área e remover o objeto. Imagens divulgadas pela emissora estatal Kenya Broadcasting Corporation (KBC) mostraram o anel entre árvores, isolado por fitas de segurança.

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Anel tem função de desconectar estágios de foguetes

Análises preliminares apontam que o artefato é um anel de separação, usado para desconectar partes de foguetes durante lançamentos. Normalmente, esses detritos espaciais queimam ao entrar na atmosfera ou caem em áreas desabitadas ou nos oceanos. Este caso, no entanto, chamou atenção por atingir uma área povoada.

A KSA informou que investigará a origem do objeto em conformidade com as diretrizes da Lei Espacial Internacional. “Especialistas identificarão o proprietário e manterão o público atualizado sobre as próximas etapas e conclusões”, disse a agência em comunicado.

A queda desse objeto levanta preocupações sobre o aumento de detritos espaciais. Com o número crescente de satélites em órbita, especialistas alertam para os riscos de acidentes envolvendo esses materiais. 

Um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) destacou recentemente a necessidade urgente de gerenciar e rastrear objetos na órbita baixa da Terra, que, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), já tem mais de 14 mil toneladas de lixo espacial.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.