Tumba de 4.100 anos de médico que tratou faraó é descoberta no Egito

Arqueólogos descobriram uma tumba de 4.100 anos em Saqqara, no Egito, pertencente a Tetinebefou, médico real que tratava o faraó
Ana Luiza Figueiredo08/01/2025 18h51
tumba egípcia
(Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)
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Uma importante descoberta arqueológica no Egito revelou a tumba de Tetinebefou, um médico que teria tratado o próprio faraó, com base em inscrições antigas. Localizada em Saqqara, um dos sítios arqueológicos mais conhecidos do país, a tumba tem 4.100 anos e, embora tenha sido saqueada ao longo dos séculos, os arqueólogos puderam analisar as pinturas nas paredes e as inscrições hieroglíficas que fornecem detalhes sobre a vida e os títulos do médico.

De acordo com a equipe suíço-francesa que fez a descoberta, Tetinebefou detinha o título de “conjurador da deusa Serqet”, o que indica que ele era um especialista em tratamentos para picadas de escorpiões, já que essa deusa estava associada a esses animais. Além disso, as inscrições mencionam que ele ocupava posições de destaque, como diretor das plantas medicinais e chefe dos dentistas da corte real, títulos raramente encontrados em registros egípcios.

Tumba descoberta de médico de faraó egípcio (Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)

A importância de Tetinebefou na corte real

  • Os arqueólogos acreditam que, devido à sua posição, Tetinebefou era um dos médicos mais importantes do Egito Antigo, possivelmente responsável pelos cuidados do próprio faraó.
  • As pinturas coloridas na tumba retratam uma variedade de objetos, como vasos e jornais, que poderiam ter sido utilizados em seus tratamentos médicos.
  • A vibrante paleta de cores das pinturas, preservada ao longo de milênios, surpreendeu os especialistas, que destacaram como as imagens ainda parecem frescas apesar da idade avançada da tumba.
  • Embora o nome exato do faraó que Tetinebefou atendeu não tenha sido identificado, é possível que ele tenha servido durante o reinado de Pepi II, que governou o Egito entre 2246 e 2152 a.C., ou de outros faraós da mesma época.
  • O período de Pepi II marcou o auge do Antigo Império, mas também foi seguido pela fragmentação do Egito, conhecida como o Primeiro Período Intermediário, onde governadores locais (nomarcas) passaram a exercer maior poder.
detalhes de tumba egípcia
Pinturas vibrantes foram encontradas na tumba, apesar de terem mais de 4.000 anos de idade (Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)

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Análises continuam e novas descobertas são esperadas

Apesar da falta de restos humanos na tumba, que foi saqueada em algum momento da história, os arqueólogos continuam com a análise das inscrições e pinturas, esperando revelar mais detalhes sobre a vida e as práticas médicas do Egito Antigo.

detalhes de tumba egípcia
A tumba não continha restos mortais, com estes provavelmente tendo sido saqueados em algum momento da história (Imagem: Egyptian Ministry of Tourism and Antiquities via Live Science)

A descoberta da tumba de Tetinebefou é um marco importante para o estudo da medicina antiga, especialmente no que diz respeito ao tratamento de picadas venenosas e à presença de dentistas na corte real, uma prática rara para a época.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.