Nossos smartphones realmente ouvem nossas conversas?

Algumas posturas levantam desconfiança de que empresas de celulares espionam seus usuários, podendo até gravar diálogos entre pessoas
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 08/01/2025 22h28, atualizada em 24/01/2025 10h00
Smartphone nas mãos de uma pessoa
Embora improvável, os dispositivos não precisam ouvir para saber tudo sobre você (Imagem: wee dezign/Shutterstock)
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Muitas pessoas já suspeitaram que alguns de seus dispositivos, como smartphones, estão “ouvindo” conversas para veicular anúncios direcionados, especialmente após eventos, como ver uma publicidade relacionada a algo conversado recentemente.

Recentemente, a Apple resolveu um processo de cinco anos que alegava que a Siri gravava conversas sem o consentimento dos usuários para fins publicitários, conforme revela o The Washington Post.

Embora a empresa da maçã tenha negado a utilização de dados de sua assistente para criar perfis de marketing, especialistas afirmam que, embora improvável, os dispositivos não precisam ouvir para saber tudo sobre você.

siri
Mesmo sendo improvável que assistentes de voz gravem conversas para veicular anúncios, o uso excessivo de dados pessoais pelas empresas gera desconfiança (Imagem: Koshiro K/Shutterstock)

A principal forma como os dispositivos coletam dados é por meio da localização, do uso de aplicativos e de interações com redes Wi-Fi, o que pode ser suficiente para exibir anúncios relacionados aos interesses de uma pessoa, mesmo sem ouvir suas conversas.

No entanto, a falta de transparência das empresas sobre o uso desses dados alimenta a desconfiança dos usuários, como evidenciado por processo contra Apple, Amazon e Google, que revelou que, em alguns casos, assistentes de voz, como Siri e Alexa, gravavam áudio sem serem chamados.

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Gravações acidentais dos smartphones?

  • Embora a maioria dos assistentes de voz não grave áudio constantemente, há situações em que isso acontece acidentalmente;
  • As empresas afirmam que, em algumas ocasiões, os humanos revisam trechos de áudio para melhorar a precisão dos assistentes;
  • Para quem deseja mais controle sobre sua privacidade, a Apple permite que os usuários desativem a coleta de áudio ou a revisão humana nas configurações de privacidade.

Defensores da privacidade do consumidor sugerem que a falta de legislações rigorosas contribui para a coleta indiscriminada de dados e recomendam o uso de ferramentas de privacidade, como extensões de navegador ou navegadores que oferecem maior proteção de dados, como Firefox ou DuckDuckGo.

União Europeia propõe novas regras para smartphones vendidos na região
Especialistas alegam que não existem legislações eficazes para inibir a possível prática de espionagem dos smartphones (Imagem: DisobeyArt/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.