Uma imagem capturada pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA em setembro de 2022 e divulgada recentemente é, no mínimo, peculiar. Quando você bater o olho, pode achar que são feijões (ou algo parecido). Na verdade, são dunas de areia cobertas por geada de dióxido de carbono. E elas podem ter pistas valiosas sobre as condições e o passado de Marte.
Essas imagens auxiliam os cientistas a investigar a presença de água no passado de Marte e a compreender se o planeta teve condições para sustentar vida. Embora a geada atual seja formada por dióxido de carbono e não por água, ela fornece insights sobre o clima marciano e suas mudanças ao longo do tempo.
Apesar de congeladas, dunas em formato de feijão em Marte podem ter pistas valiosas sobre água e vida
As dunas na imagem capturada pela NASA não parecem estáticas apenas por se tratar de uma foto estática. Elas realmente são estáticas. Pelo menos, durante parte do ano marciano. Confira abaixo a imagem em questão:

Dunas – seja em Marte, seja na Terra – geralmente migram por conta do vento. No caso das mostradas na imagem acima, acontece o seguinte: a camada de geada de dióxido de carbono, formada durante o inverno marciano, impede a movimentação da areia – o que mantém as dunas imóveis até a primavera, quando a geada derrete e o vento volta a movimentar os grãos.
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A inclinação axial de Marte, que oscila drasticamente ao longo de milhões de anos, influencia a quantidade de gelo de dióxido de carbono no planeta. Quando a inclinação é suficiente, grandes quantidades desse gelo se transformam em gás. Isso cria uma atmosfera mais espessa que poderia ter permitido a existência de água líquida em períodos passados.
Estudar como a geada de dióxido de carbono aparece e desaparece nas condições atuais de Marte ajuda os cientistas a reconstruir o clima do planeta ao longo de sua história. Além disso, essa pesquisa pode identificar formações geológicas causadas pelo dióxido de carbono. E revelar detalhes sobre as mudanças climáticas no planeta.