O governo da China anunciou mais um megaempreendimento. Pequim aprovou a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, afirmando que a construção irá “criar um novo padrão de desenvolvimento” no país, além de permitir “alcançar o pico e a neutralidade de carbono”.
O problema é que a estrutura ficará no rio Yarlung Zangbo, perto da fronteira com a Índia. Autoridades do país vizinho já demonstraram preocupação com a possibilidade de desabastecimento de água e pediram transparência aos chineses.
Capacidade de geração de energia é sem precedentes na história
- A nova hidrelétrica, que foi classificada como “não tendo paralelo na história”, terá uma capacidade de geração de 300 bilhões de quilowatts-hora por ano.
- Isso é muito mais do que os 88 bilhões produzidos pelo complexo de Três Gargantas, considerada a maior barragem do mundo atualmente.
- Não foram informados mais detalhes sobre a construção, como a localização exata dela, a data do início da obra ou suas proporções.
- Segundo o departamento de águas de Chongyi, o projeto pode custar um trilhão de yuans (cerca de R$ 830 bilhões).
- As informações são da Folha de São Paulo.

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Índia manifestou preocupações sobre a construção da hidrelétrica
Apesar das preocupações internacionais, o governo da China garante que a construção é estudada há décadas e que não haverá impactos para os países vizinhos. Ainda de acordo com as autoridades chinesas, a hidrelétrica aumentará o período anual de navegabilidade em até quatro meses, além de otimizar a irrigação na bacia e reduzir áreas de enchentes em 33% na Índia e 15% em Bangladesh.
Já o Ministério do Exterior indiano pediu para que Pequim assegure que os países para onde corre o rio Yarlung Zangbo não serão prejudicados. Além disso, afirmou que a Índia já manifestou suas preocupações e que é necessário “transparência”.

Por outro lado, o assessor de Segurança Nacional da presidência dos EUA, Jake Sullivan, teria feito uma viagem às pressas para Nova Déli com o objetivo de discutir a hidrelétrica chinesa. A questão acabou não sendo abordada, de acordo com os relatos oficiais da visita, feita nos dias 5 e 6 de janeiro.
Há dois anos, um relatório do Instituto da Paz dos Estados Unidos, órgão federal criado pelo governo Ronald Reagan em Washington, avaliou que a divergência em torno da região onde será criada a estrutura “desempenha papel significativo na disputa por espaço e influência” entre China e Índia. Mas minimizou o risco de uma “guerra da água”.