China vai construir a maior hidrelétrica do mundo

A estrutura terá uma capacidade de geração de energia mais de três vezes maior do que a maior hidrelétrica do mundo na atualidade
Alessandro Di Lorenzo17/01/2025 06h13
Vazão de água da hidrelétrica chinesa
Estação de energia espacial é descrita como equivalente à construção da Barragem das Três Gargantas (Imagem: isabel kendzior/Shutterstock)
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O governo da China anunciou mais um megaempreendimento. Pequim aprovou a construção da maior usina hidrelétrica do mundo, afirmando que a construção irá “criar um novo padrão de desenvolvimento” no país, além de permitir “alcançar o pico e a neutralidade de carbono”.

O problema é que a estrutura ficará no rio Yarlung Zangbo, perto da fronteira com a Índia. Autoridades do país vizinho já demonstraram preocupação com a possibilidade de desabastecimento de água e pediram transparência aos chineses.

Capacidade de geração de energia é sem precedentes na história

  • A nova hidrelétrica, que foi classificada como “não tendo paralelo na história”, terá uma capacidade de geração de 300 bilhões de quilowatts-hora por ano.
  • Isso é muito mais do que os 88 bilhões produzidos pelo complexo de Três Gargantas, considerada a maior barragem do mundo atualmente.
  • Não foram informados mais detalhes sobre a construção, como a localização exata dela, a data do início da obra ou suas proporções.
  • Segundo o departamento de águas de Chongyi, o projeto pode custar um trilhão de yuans (cerca de R$ 830 bilhões).
  • As informações são da Folha de São Paulo.
A estrutura terá uma capacidade de geração de energia mais de três vezes maior do que a hidrelétrica das Três Gargantas (Imagem: Evgeny_V/Shutterstock)

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Índia manifestou preocupações sobre a construção da hidrelétrica

Apesar das preocupações internacionais, o governo da China garante que a construção é estudada há décadas e que não haverá impactos para os países vizinhos. Ainda de acordo com as autoridades chinesas, a hidrelétrica aumentará o período anual de navegabilidade em até quatro meses, além de otimizar a irrigação na bacia e reduzir áreas de enchentes em 33% na Índia e 15% em Bangladesh.

Já o Ministério do Exterior indiano pediu para que Pequim assegure que os países para onde corre o rio Yarlung Zangbo não serão prejudicados. Além disso, afirmou que a Índia já manifestou suas preocupações e que é necessário “transparência”.

fronteira entre índia e china
Construção aumenta as tensões entre indianos e chineses (Imagem: Ivan Marc/Shutterstock)

Por outro lado, o assessor de Segurança Nacional da presidência dos EUA, Jake Sullivan, teria feito uma viagem às pressas para Nova Déli com o objetivo de discutir a hidrelétrica chinesa. A questão acabou não sendo abordada, de acordo com os relatos oficiais da visita, feita nos dias 5 e 6 de janeiro.

Há dois anos, um relatório do Instituto da Paz dos Estados Unidos, órgão federal criado pelo governo Ronald Reagan em Washington, avaliou que a divergência em torno da região onde será criada a estrutura “desempenha papel significativo na disputa por espaço e influência” entre China e Índia. Mas minimizou o risco de uma “guerra da água”.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.