Relevo colossal da era do gelo descoberto no Mar do Norte

Dados de ondas sonoras de alta resolução revelaram detalhes surpreendentes do fundo do mar
Gabriel Sérvio03/02/2025 19h42, atualizada em 04/02/2025 21h17
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Pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, descobriram enormes formações de relevo nas profundezas do Mar do Norte. Essas estruturas gigantescas, com cerca de 1 milhão de anos, foram esculpidas por uma única camada de gelo colossal durante a última era glacial.

A descoberta foi feita através de dados de ondas sonoras de alta resolução que revelaram detalhes surpreendentes do fundo do mar.

Gigantes da era do gelo revelados

As imagens mostram padrões consistentes com o avanço e recuo de uma única camada de gelo, contradizendo teorias anteriores que sugeriam múltiplas camadas de gelo menores se expandindo e retraindo ao longo do tempo.

Segundo a professora Christine Batchelor, coautora do estudo, as novas evidências são conclusivas e indicam apenas um grande avanço de gelo durante esse período.

As formações de relevo incluem características alongadas e aerodinâmicas, criadas pelo avanço do gelo, e marcas transversais, formadas pelo recuo da camada de gelo. Essas estruturas permitiram aos cientistas reconstruir o passado glacial da região e entender melhor como as camadas de gelo se comportam ao longo do tempo.

Novas imagens do Mar do Norte mostram formas de relevo nunca antes vistas esculpidas há 1 milhão de anos. (Crédito da imagem: Christine Batchelor / TGS)

A pesquisa na revista Science Advances se concentrou na transição do Pleistoceno Médio (MPT), um período crucial da última era glacial, quando os períodos glaciais se tornaram mais intensos e passaram a ocorrer a cada 100.000 anos, em vez de 40.000 anos. Os cientistas buscam entender as causas dessa mudança climática global e como as camadas de gelo crescem e decaem em resposta a ela.

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A descoberta dessas formas de relevo colossais oferece novas pistas sobre a dinâmica das camadas de gelo e sua influência no clima da Terra. Os pesquisadores esperam que essas informações ajudem a construir uma imagem mais completa das condições que levaram à intensificação dos períodos glaciais durante o MPT.

Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.