Cientistas tentam atrair microrganismos alienígenas; descubra como

Estratégia envolve uso de L-serina, aminoácido abundante no sangue humano, para estimular migração de possíveis formas de vida adormecidas em ambientes de outros planetas
Rodrigo Mozelli10/02/2025 20h35
Cultira de Haloferax volcanii
L-serina, presente em nosso corpo, é o componente básico para atrair esses organismos (Imagem: Wikimedia Commons)
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Pesquisadores alemães estão desenvolvendo dispositivo inovador que pode induzir microrganismos extraterrestres a se revelarem.

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A estratégia envolve o uso de L-serina, aminoácido abundante no sangue humano, para estimular a migração de possíveis formas de vida adormecidas em ambientes de outros planetas.

Max Riekeles, pesquisador envolvido no projeto, explicou à Mashable: “L-serina, esse aminoácido específico que utilizamos, nós mesmos o produzimos em nossos corpos.”

L-serina e a estratégia para atrair microrganismos alienígenas

  • A L-serina não é exclusiva do organismo humano;
  • Ela está presente em grandes quantidades nos oceanos da Terra e nos ecossistemas extremos que cercam as fontes hidrotermais das profundezas marinhas, locais onde a vida se desenvolveu sem depender da fotossíntese;
  • Além disso, investigações da NASA identificaram L-serina e outros aminoácidos proteinogênicos – essenciais para a síntese de proteínas – em meteoritos;
  • Tais descobertas levam os cientistas a questionar se compostos similares poderiam ter contribuído para o surgimento da vida em outros locais do cosmos.

Segundo Riekeles, “poderia ser uma maneira simples de buscar por vida em futuras missões a Marte”.
Formado em engenharia aeroespacial pela Universidade Técnica de Berlim (Alemanha), o pesquisador, hoje, se dedica à pesquisa de bioassinaturas extraterrestres.

Gráfico de Valles Marineris em Marte, onde missões robóticas poderiam buscar potenciais micróbios em ambientes salinos (Imagem: NASA/JPL/Arizona State University)

Detalhes do dispositivo

O dispositivo desenvolvido pela equipe aproveita o fenômeno da quimiotaxia, mecanismo pelo qual microrganismos – entre eles, várias bactérias e arqueias – migram em direção a concentrações mais elevadas de determinadas substâncias químicas.

Estudos indicam que muitas dessas formas de vida preferem se mover “para cima do gradiente de L-serina”, isto é, em direção a ambientes com maior concentração do aminoácido.

Para explorar essa característica, os pesquisadores criaram kit de teste composto por duas câmaras, separadas por membrana semipermeável. A primeira câmara é destinada à coleta de amostra de solo ou outro material de um ambiente extraterrestre, enquanto a segunda, monitorada por vídeo, contém solução aquosa com concentração atrativa de L-serina.

“Mas a questão básica sempre permanece: ‘Houve vida ali algum dia?‘”, destaca Riekeles, ressaltando que a busca por sinais de vida, mesmo que microscópicos, é fundamental para futuras explorações planetárias.

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Observação de microrganismos

A ideia de observar microrganismos em movimento remonta aos primórdios da microbiologia, quando Antonie van Leeuwenhoek apresentou à Royal Society de Londres, em 1676, as primeiras observações desses diminutos seres. Hoje, com o avanço tecnológico, essa abordagem ganha novas perspectivas.

Em experimentos recentes, publicados na revista Frontiers in Astronomy and Space Sciences, a equipe de Riekeles concentrou seus estudos em três espécies de extremófilos – organismos que conseguem sobreviver e prosperar em condições extremas.

Os candidatos foram escolhidos para simular formas de vida que poderiam habitar ambientes inóspitos, como a superfície desértica e exposta à radiação de Marte ou as geladas e aquáticas luas de Júpiter, como Europa, Ganimedes e Calisto.

Entre as espécies testadas, destacou-se a bactéria Pseudoalteromonas haloplanktis (P. halo), conhecida por sua capacidade de sobreviver em temperaturas muito baixas e ambientes salinos.

“A bactéria Pseudoalteromonas haloplanktis, ou P. halo, sobrevive em temperaturas extremamente frias, por exemplo, e, também, é tolerante a ambientes com alto teor de sal”, afirmou Riekeles.

Ele acrescentou que o ambiente salino é especialmente relevante para Marte, já que se presume a existência de grandes quantidades de sais em sua superfície.

Além de P. halo, os experimentos incluíram a esporulação bacteriana de Bacillus subtilis e a arqueia Haloferax volcanii.

Enquanto B. subtilis – comumente encontrada no intestino de diversos animais – desenvolve camada protetora capaz de suportar temperaturas de até 100 °C, H. volcanii, presente no Mar Morto e em outros ambientes salgados, resiste a intensas radiações, reforçando seu potencial como análogo a possíveis microrganismos marcianos.

“Não é apenas a tolerância ao sal. Se você não o coloca em um ambiente salino, ele não sobrevive”, observou Riekeles.

Os resultados dos testes foram promissores: os três microrganismos migraram rapidamente da câmara de amostras para a câmara contendo L-serina.

Em cerca de uma hora, foi observado aumento de aproximadamente 200% na densidade celular na câmara com 1,5 gramas de L-serina por litro de água. Em testes com o dobro dessa concentração, a Bacillus subtilis chegou a apresentar crescimento de até 400%.

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Imagem: Representação de micróbios que colonizam a pele (Imagem: ART-ur/Shutterstock)

“Testamos também outras substâncias, como glicose e ribose, mas a L-serina mostrou-se a mais potente para esses três organismos”, concluiu Riekeles.

Entretanto, desafios permanecem para a aplicação desse dispositivo em missões futuras a Marte. O professor Dirk Schulze-Makuch, especialista em habitabilidade planetária pela Universidade Técnica de Berlim (Alemanha) e colaborador do projeto, alerta para a dificuldade de encontrar locais onde um módulo de pouso possa acessar água líquida.

“Um grande problema é encontrar um local acessível a um módulo de pouso, mas, que, também, possua água líquida”, disse.

Schulze-Makuch aponta que as Highlands do Sul em Marte poderiam atender a essas condições. Outras possibilidades incluem áreas de baixa altitude, como o fundo do extenso cânion Valles Marineris ou mesmo cavernas, onde as pressões atmosféricas são suficientes para manter água (mesmo que salgada) em estado líquido.

Com essa abordagem inovadora, os pesquisadores avançam na busca por sinais de vida extraterrestre, oferecendo novas perspectivas para futuras missões que poderão, um dia, desvendar os mistérios do Universo.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.