Os elefantes são mais propensos ao câncer?

Estudo revela que elefantes e outras espécies grandes enfrentam taxas mais altas de câncer, pelo número alto de células que podem sofrer mutações
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Lucas Soares 26/02/2025 08h43
imagem mostra dois elefantes adultos e seu filhote
Estes animais também são conhecidos por ter ótima memória (Imagem: EyeEm Mobile GmbH/iStock)
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Estudos sugerem que animais grandes deveriam ter mais casos de câncer devido ao maior número de células e ao maior número de divisões celulares ao longo da vida.

No entanto, por décadas, acreditava-se que isso não acontecia, com elefantes sendo frequentemente apontados como exemplo do paradoxo de Peto, uma teoria que afirmava que animais grandes seriam menos propensos ao câncer.

Um novo estudo, liderado por Chris Venditti, refutou essa ideia, mostrando que animais grandes, como elefantes, realmente têm taxas mais altas de câncer, pois possuem mais células que podem se transformar em cancerígenas devido a mutações.

A pesquisa analisou 263 espécies, confirmando que animais de grande porte, como elefantes e girafas, enfrentam um risco maior de câncer. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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Estudo revela que defesas biológicas dos elefantes podem oferecer insights para novos tratamentos – Imagem: Villiers Steyn/Shutterstock

Descobertas do estudo

  • Embora os elefantes apresentem uma taxa maior de câncer do que animais pequenos, suas defesas biológicas, como a presença de múltiplas cópias do gene TP53 (responsável por suprimir tumores), ajudam a controlar a doença.
  • Esses resultados indicam que, embora os elefantes tenham mais células propensas a mutações, suas defesas evoluíram para combater melhor o câncer.
  • O estudo também encontrou exceções, como o periquito australiano, que tem taxas de câncer muito mais altas do que o esperado para seu tamanho.

Entender como algumas espécies conseguem combater melhor o câncer pode abrir novos caminhos para pesquisas e tratamentos inovadores.

Os pesquisadores destacam que, ao estudar essas espécies, podemos aprender como o câncer se desenvolve e como podemos melhorar os tratamentos para os humanos.

Elefante africano em busca de comida e água no rio Chobe entre Botsuana e Namíbia na estação verde
Descobertas no estudo ampliam nosso conhecimento sobre o desenvolvimento de câncer em espécies grandes (Imagem: Henk Bogaard / Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.