Google é processado por reter usuários “injustamente” com IA

Grupo educacional Chegg diz que Google AI Overviews elimina necessidade de ir para sites de fontes de conteúdo de terceiros
Por Bruna Barone, editado por Rodrigo Mozelli 26/02/2025 02h40
Reprodução de tela com o Google IA Overview
Exemplo de texto produzido pela IA do Overview do Google (Imagem: Reprodução/Google)
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O grupo de tecnologia educacional Chegg processou a Alphabet, dona do Google, nos Estados Unidos, em caso envolvendo a ferramenta de resumo de inteligência artificial (IA) da big tech. A Chegg, sediada na Califórnia (EUA), oferece respostas predefinidas para questões de livros didáticos e apoio sob demanda de especialistas.

“Nossa reclamação desafia a concorrência desleal do Google, que é injusta, prejudicial e insustentável”, diz o comunicado, acompanhado dos resultados financeiros do trimestre e de 2024. A queda anual da receita líquida foi de 14% em relação a 2023, e o número de assinantes agora é de 6,6 milhões, um recuo de 14%.

A companhia argumenta que o Google AI Overviews transformou o Google de “mecanismo de busca” em “mecanismo de resposta”, exibindo conteúdo gerado por IA originado de sites de terceiros, como o Chegg.

Plataforma educacional oferece respostas para alunos nos EUA (Imagem: Reprodução/Chegg)

Na prática, segundo a empresa, isso elimina a necessidade de ir para sites de fontes de conteúdo de terceiros e retém o tráfego de usuário no Google

“Acreditamos que isso não é apenas sobre a Chegg — é sobre alunos perdendo acesso a aprendizado de qualidade, passo a passo, em favor de resumos de IA de baixa qualidade e não verificados”, diz o relatório.

Ao Financial Times, o Google afirmou que vai se defender das alegações, que chamou de “sem mérito”. “Todos os dias, o Google envia bilhões de cliques para sites na web, e as AI Overviews enviam tráfego para uma maior diversidade de sites.”

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ChatGPT Edu é aposta de IA para setor de educação (Imagem: OpenAI/Divulgação)

Concorrência no setor é forte e Google “chega junto”

  • Os investimentos em plataformas educacionais nos Estados Unidos vêm passando por momento delicado;
  • No ano passado, o setor recebeu aportes de apenas US$ 3 bilhões (R$ 17,33 bilhões, na conversão direta), queda significativa em relação aos US$ 17,3 bilhões (R$ 99,94 bilhões) no pico da pandemia de Covid-19, em 2021. Os dados são da consultoria PitchBook;
  • Além disso, empresas de tecnologia têm desenvolvido suas próprias plataformas voltadas para os estudantes. A OpenAI lançou, recentemente, o ChatGPT Edu, que usa tecnologia GPT‑4o para raciocinar em texto e analisar dados;
  • Já o Google construiu o LearnLM sobre o Gemini para atuar como coach virtual, orientando alunos nos estudos e promovendo engajamento mais profundo com o material.
Bruna Barone
Colaboração para o Olhar Digital

Bruna Barone é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Atuou como editora, repórter e apresentadora na Rádio BandNews FM por 10 anos. Atualmente, é colaboradora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.