Nova bateria transforma radiação de resíduos nucleares em eletricidade

Pesquisadores criam tecnologia que transforma resíduos nucleares em energia limpa para dispositivos eletrônicos de forma segura. Entenda como funciona
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 27/02/2025 06h40, atualizada em 27/02/2025 21h05
lixo radioativo
Imagem: vchal/Shutterstock
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Pesquisadores da Ohio State University desenvolveram uma bateria inovadora capaz de converter radiação nuclear em eletricidade, utilizando cristais cintiladores e células solares.

A tecnologia aproveita a radiação gama, que é emitida durante o processo de fissão nuclear, para gerar energia suficiente para alimentar dispositivos pequenos, como microchips.

O estudo, publicado na revista Optical Materials: X, utilizou isótopos radioativos como césio-137 e cobalto-60 para testar o protótipo, demonstrando que, com o cobalto-60, foi possível gerar até 1,5 microwatts de energia, suficiente para acionar um sensor.

Embora os protótipos atuais tenham uma saída de energia pequena, os pesquisadores indicam que, com a fonte de radiação adequada, a tecnologia pode ser ampliada para gerar maior potência e ser aplicada em sistemas de maior escala.

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Radiação gama, emitida durante o processo de fissão nuclear, gera a energia da bateria – Imagem: Dima Zel/Shutterstock

As baterias seriam especialmente úteis em ambientes próximos à produção de resíduos nucleares, como em piscinas de armazenamento de lixo nuclear, ou em missões espaciais e submarinas, onde a radiação já está presente e o acesso é restrito.

Apesar do uso da radiação nuclear, a bateria é segura

  • O principal atrativo dessa bateria é que, embora utilize radiação gama, ela não contém materiais radioativos em sua composição, o que a torna segura para manuseio.
  • Essa inovação representa um avanço significativo na conversão de resíduos nucleares em energia, transformando o que é considerado “lixo” em uma possível fonte de energia limpa e duradoura.
  • A pesquisa também revelou que o formato e a composição dos cristais cintiladores impactam diretamente na eficiência da conversão de radiação em luz, o que abre oportunidades para melhorias futuras.

Apesar de ser uma tecnologia promissora, ela ainda está em seus estágios iniciais, e mais estudos são necessários para explorar sua viabilidade em maior escala, bem como para entender sua durabilidade e limitações.

No entanto, especialistas acreditam que, com o tempo, as baterias nucleares podem desempenhar um papel importante tanto na produção de energia quanto na indústria de sensores.

Pesquisadores ainda estudam as melhores maneiras de aplicar o uso da bateria inovadora – Imagem: Digitala World/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.