Lander trabalhou bastante (Imagem: Firefly Aerospace)
A missão histórica do lander lunar Blue Ghost, da Firefly Aerospace, chegou ao fim. Movido a energia solar, o Blue Ghost foi desligado na noite de domingo (16), após o pôr do Sol em seu local de operação na Lua, marcando o término de duas semanas de atividades bem-sucedidas na superfície lunar.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (17), o engenheiro-chefe Will Coogan ressaltou que “testamos todos os sistemas do lander e simulamos cada cenário possível para alcançarmos esse momento”.
Ele destacou, ainda, que “o que realmente diferencia nossa equipe é a paixão e o comprometimento mútuo. Embora nossa equipe seja mais jovem e com menos experiência do que a de muitas nações e empresas que já tentaram pousos lunares, o apoio que temos reciprocamente impulsiona o trabalho árduo e a dedicação para encontrar cada solução que tornou essa missão um sucesso”.
“Após um pouso impecável, nossa equipe iniciou, imediatamente, as operações na superfície para garantir que as dez cargas da NASA capturassem o máximo de dados possíveis durante o dia lunar”, afirmou o CEO da Firefly, Jason Kim, no comunicado.
Ele acrescentou: “Estamos imensamente orgulhosos das demonstrações viabilizadas pelo Blue Ghost, desde o rastreamento dos sinais de GPS na Lua pela primeira vez até a perfuração robótica que alcançou profundidades nunca exploradas na superfície lunar. Nosso agradecimento se estende à iniciativa CLPS da NASA e à administração da Casa Branca, que serviram de base para essa missão. Foi uma honra possibilitar experimentos em ciência e tecnologia que contribuirão para futuras missões à Lua, Marte e além.”
Além disso, o Blue Ghost teve a oportunidade de observar o eclipse lunar total conhecido como “Lua de Sangue”, ocorrido entre 13 e 14 de março. Devido à sua posição privilegiada, o lander captou esse evento dramático como se fosse um eclipse solar, registrando uma deslumbrante imagem do “anel de diamante” que foi compartilhada com o mundo pela Firefly.
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Durante toda a missão, o lander transmitiu 119 GB de dados, dos quais 51 GB eram informações científicas, antes de se desligar conforme o previsto, por volta das 20h15 (horário de Brasília) do domingo (16).
Nas horas finais, o Blue Ghost conseguiu registrar imagens do pôr do Sol lunar ainda no domingo (16), fornecendo à NASA dados sobre a possível levitação do pó lunar devido à influência solar, fenômeno que pode gerar brilho no horizonte, conforme observado por Eugene Cernan durante a Apollo 17. Após o crepúsculo, o lander permaneceu ativo por mais cinco horas durante a noite lunar, captando imagens que ajudam a entender como o comportamento do pó muda após o pôr do Sol.
A iniciativa “Ghost Riders in the Sky” integra onda crescente de exploração lunar privada. Em 15 de janeiro, o Blue Ghost foi lançado juntamente com outro lander lunar privado, o Resilience, da empresa japonesa ispace, que tem tentativa de pouso prevista para 5 de junho.
Além disso, o segundo lander da Intuitive Machines, chamado Athena, decolou em 26 de fevereiro e aterrissou próximo ao polo sul lunar em 6 de março, mas tombou logo após o pouso, sendo declarado inoperante em 7 de março.
Essa onda de exploração deve continuar nos próximos anos, se tudo ocorrer conforme o planejado. A Firefly já planeja sua segunda missão lunar, novamente sob o programa CLPS, prevista para 2026. Nesta missão, o Blue Ghost será enviado para o lado oculto da Lua e a empresa colocará sua espaçonave “Elytra Dark” em órbita lunar, abrindo caminho para novas descobertas no Espaço.
Esta post foi modificado pela última vez em 18 de março de 2025 21:38