Morte de estrela é capturada pelo telescópio Hubble – confira

Hubble registrou a composição única em camadas da nebulosa K 4-55 originada pelos momentos finais de uma gigante vermelha
Por Samuel Amaral, editado por Lucas Soares 26/04/2025 06h00, atualizada em 28/04/2025 21h07
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O Telescópio Espacial Hubble captou uma imagem da nebulosa planetária Kohoutek 4-55. Ela é formada por um jato de átomos ionizados liberado por uma estrela em seus últimos momentos. A fotografia foi a última da câmera Wide Field and Planetary Camera 2 (WFPC2), que acompanhou o telescópio por mais de 15 anos.

O começo de uma nebulosa planetária é o fim de uma estrela. Quando uma gigante vermelha libera suas últimas camadas de gás, seu núcleo se contrai, levando a uma série de fusões nucleares que resultam em uma explosão que emite átomos ionizados

Na imagem, os gases dos elementos liberados foram coloridos por computação gráfica. As áreas em vermelho e laranja são átomos de nitrogênio, o verde é hidrogênio e o azul representa o oxigênio. 

“No caso específico de K 4-55, um anel interno brilhante é circundado por uma camada assimétrica e mais fina. Todo o sistema é então circundado por uma tênue aureola vermelha de luz emitida por nitrogênio ionizado. Essa estrutura de múltiplas camadas é bastante incomum em nebulosas planetárias”, escreveu a NASA em um comunicado.

Kohoutek 4-55 está na constelação de Cygnus, conhecida como o Cisne, a 4.600 anos-luz da Terra. Mesmo tão distante, ela ainda se encontra na galáxia local, a Via Láctea.

Em algumas dezenas de milhares de anos, a fase de fusão intensa no núcleo terminará. Após o show de gases e luzes, a gigante vermelha finalizará sua transição para uma anã branca, seguindo o ciclo de vida das estrelas.

Nebulosa 4 55 imagem técnica
A foto levou 16 anos de observação para ser produzida e usou técnicas de ponta. (Imagem: ESA/Hubble & NASA, K. Noll)

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Hubble tirou sua última foto com a WFPC2

A imagem de Kohoutek 4-55 foi o último trabalho da câmera Wide Field and Planetary Camera 2 (WFPC2) do Hubble. Ela esteve com o telescópio desde 1993 e foi responsável pela maioria de suas imagens icônicas e descobertas astronômicas.

Em 2009, a Wide Field Camera 3 substituiu a WFPC2 na última missão de manutenção do Hubble. Os dados da foto da nebulosa K 4-55 foram coletados 10 dias antes da tripulação da nave Atlantis da NASA remover a câmera antiga e retorná-la para a Terra.

“Em homenagem à câmera óptica mais antiga do Hubble, uma nebulosa planetária foi fotografada como a ‘bela imagem’ final do WFPC2”, escreveu a NASA.

Samuel Amaral
Redator(a)

Samuel Amaral é jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP) e estagiário de Ciência e Espaço no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.