Cerca de 1 bilhão de adolescentes poderão enfrentar problemas de saúde evitáveis até 2030, e 464 milhões viverão com obesidade ou sobrepeso, segundo um novo relatório da Comissão Lancet sobre saúde e bem-estar do adolescente.
Apesar da queda de 25% na mortalidade adolescente nas últimas duas décadas, o relatório alerta que a saúde dos jovens está em um ponto crítico.
Problemas como HIV, gravidez precoce, depressão, má nutrição e agora as mudanças climáticas ameaçam diariamente o bem-estar de metade dos jovens de 10 a 24 anos no mundo.
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Cenário preocupante
- A obesidade atinge desproporcionalmente países de alta renda, América Latina, Caribe, Norte da África e Oriente Médio, onde mais de um terço dos jovens já convivem com excesso de peso.
- Paralelamente, há uma queda significativa na saúde mental dos adolescentes, intensificada pela pandemia de COVID-19 e pela falta crônica de investimentos.
- O relatório também destaca que os jovens de hoje serão os primeiros a viver toda a vida sob os efeitos do aquecimento global, enfrentando riscos como doenças provocadas pelo calor e insegurança alimentar e hídrica.
Avanços insuficientes
Apesar dos avanços em áreas como a redução do uso de álcool e tabaco e a inclusão de jovens em educação ou trabalho, os progressos foram lentos e ameaçados por desfinanciamento e retrocessos sociais.
Especialistas e organizações como a OMS e a Federação Mundial da Obesidade reforçam que o aumento de doenças entre jovens está ligado a sistemas alimentares e de saúde falhos, além de políticas públicas ineficazes.
Eles apelam por ações urgentes dos governos, com políticas que priorizem o bem-estar juvenil, enfrentem influências comerciais prejudiciais e promovam acesso universal à saúde sem discriminação.