Dor de cabeça depois de chorar? Entenda por que isso acontece

Contrações nos músculos do pescoço e cabeça e pressão nos seios nasais estão entre as causas para a dor de cabeça depois de chorar
Por Angelina Miranda, editado por Layse Ventura 01/06/2025 23h20
Mulher apertando o nariz e a testa devido a dores de cabeça
Woman with headache. Seasonal allergies and health problems. Sinus ache causing very paintful headache. Unhealthy woman in pain. Sharp strong sore. Flu cold or allergy symptom. Sinus pain, sinusitis.
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Os altos e baixos fazem parte da vida. E quando estamos não estamos bem, o choro pode vir como uma descarga das emoções, resultando em uma sensação de alívio. Mas, infelizmente, essa leveza pode vir acompanhada de uma dor de cabeça bem específica que acontece depois de chorar. E a ciência explica por que isso acontece.

As lágrimas se subdividem em três categorias: basais, reflexas e emocionais. As basais servem como lubrificantes naturais para as córneas e as reflexas caem em resposta a algum componente alérgeno, como a fumaça, por exemplo. E as mais intrigantes são as emocionais, derramadas quando sentimos alguma comoção.

Em artigo publicado na Revista Brasileira de Psicoterapia, as autoras relatam algumas respostas fisiológicas químicas que acontecem no ato de chorar e por que as lágrimas emocionais podem ser tão importantes. 

Estas contém hormônios, entre as quais prolactina e serotonina, que também são secretados por outros órgãos como uma resposta ao estresse. Além disso, eliminam mais quantidade de potássio e de magnésio, elementos que agem como toxinas. Assim, lágrimas emocionais podem ter um impacto positivo na saúde física e psicológica do corpo humano, aliviando os efeitos do estresse.

Betina Lejderman e Sofia Bezerra.

Por que temos dor de cabeça depois de chorar?

A dor de cabeça depois de chorar está intimamente ligada com o estado emocional negativo da pessoa. Numa situação de estresse, por exemplo, o corpo libera um hormônio chamado cortisol. Ele ativa neurotransmissores no cérebro, os mensageiros químicos, que desencadeiam sensações físicas nada agradáveis.

imagem mostra uma mulher sentada na cama, triste, com o rosto afundado em um travesseiro
O choro é uma das formas mais antigas de expressão humana, tendo surgido inclusive antes da fala. (Reprodução: Solving Healthcare/Unsplash)

Um dos neurotransmissores ativados neste caso é a acetilcolina, que desempenha papel fundamental no controle das secreções glandulares, como a saliva e o suor, bem como no sistema nervoso central e periférico. Essa substância também controla as glândulas lacrimais – que ficam posicionadas logo abaixo das sobrancelhas – produzindo as lágrimas.

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Sendo assim, o ato de chorar causa uma contração nos músculos da cabeça e pescoço. Ou seja, quanto mais longa for uma crise de choro, mais tensão corporal existirá. Além disso, há uma pressão e congestão nos seios da face, causando dores na região, produção de muco e posteriormente entupimento do nariz. 

Um estudo feito na Universidade Metropolitana de Santos corrobora essa análise, pois estudou o choro como um fator desencadeador de enxaqueca e cefaleia tensional – a dor geralmente mais comum que causa uma sensação de pressão ou aperto na cabeça.

Criança chorando muito em cadeirinha de carro
Imagem: geargodz / iStock

Entre homens e mulheres, 163 pessoas participaram do estudo que foi conduzido por meio de questionários e avaliações pessoais. Uma das exigências é que estas pessoas tivessem pelo menos uma crise de dor de cabeça por mês pelo período mínimo de um ano.

Mais da metade dos entrevistados, 55,2% da amostra, consideraram o choro como um gatilho para a dor de cabeça. Desse grupo, 62 pessoas apresentaram enxaqueca e 28 apresentaram cefaleia tensional durante o estudo.

Para melhorar a dor de cabeça depois de chorar, é indicado que se faça compressas quentes ou mesmo tome um banho morno, pois a temperatura mais elevada ajuda a distensionar a musculatura. Massagear a região da cabeça e face com movimentos circulares também deve ajudar. 

Angelina Miranda
Colaboração para o Olhar Digital

Angelina Miranda é jornalista formada pela UNIP. Com dez anos de atuação, atuou como repórter na Folha de S. Paulo e também colaborou para a Revista Fórum. É redatora no Olhar Digital desde 2023.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.