Este local poderia abrigar a vida após a morte do Sol

Um dos lugares mais promissores para a presença de vida extraterrestre no Sistema solar pode ser um dos poucos a resistir à violenta morte do Sol
Flavia Correia04/06/2025 09h54, atualizada em 05/06/2025 21h57
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Um artigo aceito para publicação pelo periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society aponta que a vida pode continuar existindo no Sistema Solar mesmo depois da morte do Sol. 

Conduzida por cientistas do Instituto Carl Sagan, da Universidade de Cornell, nos EUA, a pesquisa sugere que algumas luas geladas, como Europa, de Júpiter, podem oferecer abrigo em um futuro distante.

Lua Europa, de Júpiter, vista do espaço
Lua Europa, de Júpiter, um dos lugares mais promissores para a presença de vida alienígena pode ser um dos poucos a resistir à violenta morte do Sol. Crédito: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS

Daqui a cerca de 4,5 bilhões de anos, o Sol deixará de ser como conhecemos. Ele vai se expandir e virar uma estrela gigante vermelha. Durante essa transformação, o astro engolirá Mercúrio, Vênus e, possivelmente, a Terra. Caso sobreviva, nosso planeta será apenas um núcleo de ferro e níquel incandescente. Esse processo mudará a zona habitável do Sistema Solar.

Zona habitável é a faixa de distância em que um planeta ou lua recebe a quantidade certa de energia para manter água líquida. À medida que o Sol envelhecer e ficar maior, essa zona vai se afastar, podendo alcançar até a órbita de Júpiter. Por ser um gigante gasoso, esse planeta não poderá abrigar vida – mas suas luas cobertas de gelo, como Europa, podem se tornar candidatas interessantes.

Ao esgotar seu combustível, o Sol se tornará uma gigante vermelha e engolirá partes do Sistema Solar, antes de se transformar em uma anã branca. Crédito: Douglas James Butner – Shutterstock

Como a vida pode continuar existindo 

Com o novo calor do Sol e o aumento da radiação refletida por Júpiter, Europa receberá mais energia. Isso fará com que o gelo de sua superfície sublime (passe direto do estado sólido para o gasoso), e a água de seus oceanos subterrâneos comece a evaporar. A perda de água será mais intensa no lado da lua que estiver voltado para Júpiter.

A espaçonave de investigação de Júpiter da NASA, Juno, capturou a imagem mais próxima já obtida da misteriosa lua gelada Europa. Crédito: NASA/JPL-Caltech/SwRI

No entanto, os cientistas descobriram que o lado oposto, especialmente nas regiões norte e sul, perderia água de forma mais lenta. Isso poderia criar uma atmosfera leve de vapor d’água, capaz de durar até 200 milhões de anos. Embora esse período seja curto comparado à história da Terra, ainda representa uma chance para a vida continuar existindo.

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A pesquisa também levanta a possibilidade de encontrar sinais de vida em luas geladas que orbitam estrelas gigantes vermelhas em outros sistemas. Ainda não confirmamos exoluas, mas telescópios como o James Webb e o futuro Observatório de Mundos Habitáveis podem investigar essas possibilidades. 

Qual é o som do Sol?

Já pensou como seria o som do Sol, se pudéssemos escutá-lo? Algo como uma explosão constante? Um rugido distante? Ou talvez um batimento lento e poderoso? 

Embora esteja a cerca de 150 milhões de km da Terra, o astro é em torno de 100 vezes maior que nosso planeta – ainda assim, não escutamos nada vindo dele. E mesmo com suas fortes erupções, capazes de interferir nos sinais de GPS e nas comunicações, ele continua em silêncio para nós. Mas, por quê? A resposta está no espaço entre a Terra e o Sol. Saiba mais aqui.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.