Somos programados? A genética por trás do comportamento

Entenda como nossos genes influenciam traços como sociabilidade, tendências políticas, aptidão escolar e tendências depressivas
Por Beatriz Campos, editado por Bruno Capozzi 15/07/2025 07h02, atualizada em 15/07/2025 09h48
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Genética pode ser ainda mais determinante no nosso comportamento?
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Você já se perguntou por que algumas pessoas são mais extrovertidas do que outras? Ou por que alguns têm mais facilidade no ambiente escolar?

A resposta para essas perguntas pode estar no nosso DNA. É isso que abordam Roberto Colom, professor de Psicologia Diferencial e Neurociência na Universidade Autônoma de Madrid, e Juan R. Ordoñana, catedrático de Psicobiologia na Universidade de Murcia, em seu livro “Você é o seu DNA: como os genes contribuem para construir nossa identidade.” 

Eles escreveram um artigo sobre o assunto nos site The Conversation.

DNA pode influenciar na aptidão escolar (Imagem: MAYA LAB/Shutterstock)

Essas questões são frequentemente estudadas por disciplinas como a psicologia diferencial e a genética comportamental. Com métodos cada vez mais sofisticados, as conclusões têm se tornado mais sólidas. 

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Conclusões 

De maneira geral, as conclusões apontam que, em média, a genética contribui com 50% para essa diversidade psicológica, uma porcentagem expressiva para os padrões. Os outros 50% são “definidos” pelas experiências pessoais. 

As vivências mudam ao longo da vida, mas o nosso DNA permanece sempre o mesmo. Cada ser humano tem um DNA único, e é justamente ele que permite a construção das bases do nosso psicológico. 

Esses 50% da singularidade genética contribuem para: 

  • Circunstâncias de sociabilidade. 
  • Aptidão educacional. 
  • Tendências depressivas. 
  • Comportamentos violentos. 
  • Inclinações políticas. 

Diferenças genéticas influenciam desde a sociabilidade até a política
(Imagem: Studio Romantic/Shutterstock)

Onde Moram Nossas Diferenças 

É comum nos referirmos ao genoma humano, mas cada pessoa que passou pelo planeta Terra tem um genoma único, exceto gêmeos idênticos. O genoma é o conjunto completo do material genético de um organismo. 

É como se o genoma fosse um livro com 3 milhões de páginas. A maioria dessas páginas é igual para todos os seres humanos. Então, o que faz com que cada indivíduo seja diferente? 

Pode-se dizer que 1% dessas páginas, cerca de 3 mil, são únicas e diferentes para cada indivíduo. É nesse 1% que se identificam diferenças que contribuem para características psicológicas. É nessa parte distinta que os autores do livro “Você é o seu DNA” concentraram seus estudos. A obra destaca o papel dessas diferenças genéticas para entender quem somos psicologicamente. 

A ciência avança, mas os dilemas éticos acompanham cada descoberta (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Essas descobertas podem ajudar no desenvolvimento de tratamentos e estratégias para diminuir sofrimentos físicos e psicológicos. No entanto, a possibilidade de interferência antiética também existe. 

A edição de genomas humanos é hoje mais realidade do que ficção. Assim, seria possível “editar” uma pessoa para que ela se comporte de determinada maneira. A cada avanço, novas questões surgem, questões que devem ser debatidas por toda a sociedade. 

Redator(a)

Beatriz Campos é redator(a) no Olhar Digital

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.