Roncar é perigoso? Apneia do sono é fator de risco para doenças graves

Associação com Alzheimer, hipertensão e depressão reforça urgência no diagnóstico e no tratamento adequado
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Bruno Capozzi 31/07/2025 06h50
apneia sono
Imagem: amenic181/Shutterstock
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Antes encarado com humor, o ronco e outros distúrbios respiratórios do sono agora são vistos como sinais de alerta para condições graves de saúde.

A apneia obstrutiva do sono (AOS), que afeta cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo, está associada a doenças cardiovasculares, neurológicas e metabólicas — incluindo Alzheimer, depressão e diabetes — e pode comprometer o cérebro anos antes dos primeiros sintomas.

Mulher tampando os ouvidos com o travesseiro ao lado de um homem que está roncando
Roncar já foi motivo de piada, mas é um distúrbio respiratório que merece ser tratado com seriedade (Imagem: Prostock-Studio/iStock)

Sono: importância crucial em nossa saúde

  • Segundo Marishka Brown, do Centro Nacional de Pesquisa de Distúrbios do Sono dos EUA, “o sono é tão essencial quanto dieta e exercício”.
  • A AOS ocorre quando as vias aéreas colapsam durante o sono, interrompendo a respiração repetidamente e reduzindo a oxigenação do corpo e do cérebro, o que gera microdespertares que nem sempre são percebidos, mas afetam a memória e o humor.
  • Estudos mostram que a apneia acelera a degeneração cerebral e pode antecipar em até 10 anos o início do Alzheimer.
  • Apesar disso, o diagnóstico ainda é subestimado, sobretudo entre mulheres e gestantes, cujos sintomas costumam ser diferentes dos homens.

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Apneia do sono ganha atenção como marcador precoce de doenças (Imagem: PeopleImages/iStock)

Exames e visitas a profissionais de saúde são essenciais

Enquanto dispositivos vestíveis ganham espaço, especialistas alertam que ainda não substituem exames clínicos completos.

O tratamento padrão continua sendo o CPAP, que mantém as vias respiratórias abertas, mas alternativas menos invasivas — e até inusitadas, como tocar didgeridoo — vêm ganhando destaque.

A recomendação é clara: ronco persistente ou cansaço excessivo devem ser avaliados por um profissional. O sono, afinal, não é luxo — é questão de saúde pública.

Homem roncando enquanto dorme na cama em casa
Roncar compromete memória, coração e cérebro — e já preocupa especialistas em envelhecimento e saúde pública – Imagem: Shutterstock/New Africa

A matéria original foi publicada no WIRED.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.