Coral colossal de 500 metros esteve escondido por mais de um século

Cientistas mapeavam o fundo do mar quando descobriram um coral com meio quilômetro de altura; organismo esteve escondido por 120 anos
Por Samuel Amaral, editado por Lucas Soares 21/08/2025 15h37
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Coral maior que a Torre Eiffel ficou escondido dos pesquisadores por cerca de 120 anos, até ser encontrado em 2020. (Imagem: Schmidt Ocean Institut)
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Em 2020, pesquisadores mapeavam o fundo do mar ao norte da Grande Barreira de Corais (GBR), na Austrália,  quando encontraram um recife de coral de 500 metros. Maior que o Empire State Building, em Nova York, a descoberta desse ser foi inédita em 120 anos de estudos na região e impressionou a equipe devido a seu tamanho.

O grupo constatou que o organismo parecia estar em boas condições de saúde, embora a GBR esteja passando por eventos de branqueamento em massa, um fenômeno que coloca em risco os mais de 3 mil corais individuais que a compõem.

Modelo em 3D do recife de coral gigantesco encontrado pelos pesquisadores. (Imagem: Schmidt Ocean Institut)

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A descoberta foi feita por cientistas do Schmidt Ocean Institute, uma organização sem fins lucrativos fundada na Califórnia, Estados Unidos, com foco em avançar as pesquisas oceanográficas ao redor do mundo.  

“Este encontro inesperado confirma que continuamos a descobrir estruturas desconhecidas e novas espécies em nosso oceano”, comentou Wendy Schmidt, cofundadora do Schmidt Ocean Institute, em um comunicado à época.

Coral gigante abriga uma próspera vida animal

As análises revelaram que o recife tem uma estreita base de 1,5 km de comprimento, de onde se eleva 500 metros para sustentar outro recife de 300 metros de comprimento e 15 metros de largura, situado a apenas 40 metros da superfície do mar. Isso faz dele maior do que grandes edifícios da humanidade, como o Empire State Building, a Torre Eiffel e o Cristo Redentor.

“Encontrar um novo recife de meio quilômetro de altura na área costeira do Cabo York, na reconhecida Grande Barreira de Corais, mostra o quão misterioso é o mundo além do nosso litoral”, disse a Dra. Jyotika Virmani, diretora-executiva do Schmidt Ocean Institute.

Pesquisas posteriores da Universidade de Tecnologia de Queensland (QUT) revelaram que o coral é próspero, tendo peixes e tubarões em abundância vivendo ao seu redor. São tantos que a cientista Mardi McNeil, professora na QUT, definiu o local como uma “nevasca de peixes e tubarões”.

Esse organismo gigante se somou a outros sete recifes isolados encontrados desde o início das pesquisas na GBR, no século XIX. Outros seres semelhantes também apresentaram grande biodiversidade, como o recife da Ilha Raine, a mais importante área de nidificação de tartarugas-verdes do mundo, onde milhares de fêmeas depositam seus ovos na areia todos os anos.

“Graças às novas tecnologias que funcionam como nossos olhos, ouvidos e mãos nas profundezas do oceano, temos a capacidade de explorar como nunca antes. Novas paisagens oceânicas estão se abrindo para nós, revelando os ecossistemas e as diversas formas de vida que compartilham o planeta conosco”, concluiu Schmidt.

Samuel Amaral
Redator(a)

Samuel Amaral é jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (USP) e estagiário de Ciência e Espaço no Olhar Digital.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.