Robôs agora sentem gostos doce, salgado, e azedo com nova língua robótica

Nova tecnologia promete aumentar as chances de simular o comportamento cerebral humano em robôs; veja mais a seguir
Wagner Edwards30/08/2025 19h44
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Ilustração digital de uma língua robótica (Reprodução: DALL-E/ChatGPT)
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Recentemente, pesquisadores de Pequim divulgaram a criação de uma língua robótica (ou ‘língua artificial’) feita de óxido de grafeno, capaz não apenas de detectar substâncias químicas, mas de “sentir” o seu gosto. Dentre as habilidades gustativas registradas, a tecnologia sentiu o gosto de doce, salgado, azedo e amargo com precisão de quase 99%.

Essa não foi a primeira vez que línguas robóticas foram inventadas, conforme o jornal New Atlas. No entanto, esta pode ser a mais moderna até agora. Você pode conferir a publicação da pesquisa clicando aqui.

Para quem tem pressa:

  • Cientistas desenvolveram uma língua robótica que sente o gosto dos alimentos e memoriza a sensação;
  • Dentre as experiências sensoriais, destacam-se doce, salgado e amargo;
  • Tecnologia é uma das mais inovadoras e vem direto de Pequim.
Ilustração digital de uma língua robótica (Reprodução: DALL-E/ChatGPT)

O dispositivo foi desenvolvido por cientistas do Centro Nacional de Nanociência e Tecnologia de Pequim. A tecnologia faz parte de uma ciência intitulada de ‘tecnologia neuromórfica’; isto é, um estudo que visa simular em robôs, dentre outras coisas, o comportamento sensorial que os humanos experimentam no cérebro.

Leia mais:

Segundo o New Atlas, o funcionamento do dispositivo ocorre da seguinte forma: “[a língua] usa membranas de óxido de grafeno em camadas que não apenas detectam produtos químicos em solução, mas processam os sinais diretamente, ecoando como as papilas gustativas biológicas e os neurônios trabalham juntos.

Atualmente, a ciência já avançou na criação de máquinas que veem, escutam, escrevem, dançam e ‘pensam’ como humanos, mas o sensorial gustativo ainda é uma conquista cinzenta.

Como a língua robótica realmente funciona?

Close no piercing na língua de uma mulher. / Crédito: Ollyy (Shutterstock/reprodução)

A língua humana possui papilas gustativas: pequenas estruturas que sentem o gosto dos alimentos, como doce, salgado, amargo, etc. O órgão recebe esse estímulo e envia os dados na forma de sinais elétricos para cérebro. De forma geral, é como se a língua ‘tocasse’ o gosto, mas o cérebro é quem realmente o ‘sente’.

A língua robótica feita pelos cientistas possui óxido de grafeno: um material sensível e supercondutor. Uma vez que encosta na comida, os alimentos liberam partículas carregadas (íons) que são transportadas pelos canais do grafeno.

No final, os canais escrevem um padrão elétrico único que caracteriza cada sabor (doce, amargo, salgado, azedo), como se fosse uma “memória digital” do gosto que sentiu.

Um dos autores do estudo, Yong Yan contou ao New Atlas o seguinte:

O sistema inclui três componentes principais: uma entrada de detecção, uma camada de reservatório e uma rede neural totalmente conectada de camada única. A entrada de detecção e a camada do reservatório são realizadas por meio de nosso hardware (dispositivos). Esses sinais são então processados pela camada reservatório, que os converte em padrões digitais exclusivos. Esses padrões são alimentados na rede neural totalmente conectada de camada única.

Yong Yan, um dos autores do estudo e também co-criador da língua robótica

Wagner Edwards
Editor(a) SEO

Wagner Edwards é Bacharel em Jornalismo e atua como Analista de SEO e de Conteúdo no Olhar Digital. Possui experiência, também, na redação, edição e produção de textos para notícias e reportagens.