Cientistas identificam proteína que torna coração vulnerável após ataque cardíaco

Neutrófilos produzem proteína RELMy que perfura células do coração e acelera batimentos de forma perigosa, aponta estudo
Leandro Costa Criscuolo09/09/2025 15h32
frequência cardíaca
Imagem: MAYA LAB/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Pesquisadores identificaram que a proteína RELMy, produzida por neutrófilos, perfura células cardíacas após um infarto do miocárdio (IM), provocando taquicardia ventricular — ritmo cardíaco rápido e irregular — e aumentando a morte celular no coração.

O estudo, publicado na revista Science, mostrou que essa proteína é produzida em grande quantidade pelos neutrófilos que se infiltram no tecido cardíaco danificado.

ataque cardiaco
Proteína imune descoberta pode causar arritmia após infarto – Imagem: kung_tom/Shutterstock

Detalhes do estudo

  • Em modelos de camundongo, a exclusão do gene que codifica a RELMy reduziu a ocorrência de arritmia em 12 vezes.
  • Pesquisas em tecido humano indicam um efeito similar: o gene homólogo RETN teve maior expressão em áreas infartadas.
  • Segundo os autores, isso demonstra que células imunes desempenham papel central na arritmia e na morte súbita pós-infarto.
  • O trabalho combinou sequenciamento de RNA de célula única, microscopia avançada e ensaios in vitro para mapear como a proteína ataca os cardiomiócitos.

Leia mais:

Cirurgião médico com um coração
Estudo revela que neutrófilos liberam a proteína RELMy, provocando ritmo cardíaco perigoso e morte celular (Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock)

Implicações futuras

Os resultados sugerem que tratamentos futuros não devem se limitar apenas à restauração do fluxo sanguíneo, mas também mirar especificamente nas células imunes e suas proteínas nocivas para reduzir arritmias e danos cardíacos.

Os pesquisadores afirmam que a descoberta abre caminho para novos medicamentos antiarrítmicos que possam neutralizar a RELMy e diminuir a mortalidade pós-infarto, com potenciais aplicações em outras doenças marcadas pela ativação de neutrófilos.

“Se pudermos tratar os alvos de forma mais específica, poderemos reduzir os efeitos colaterais indesejados e desvendar todo o potencial da modulação imunológica em doenças cardiovasculares”, explicam.

Pesquisa mostra que a modulação das células imunes pode ser chave para novos tratamentos antiarrítmicos (Imagem: Ahmet Misirligul/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.