Gordura no fígado é grave? Veja sintomas e como tratar a esteatose hepática

Do diagnóstico à inovação: entenda os riscos e conheça uma nova alternativa que pode mudar tudo
Por Simone Cordeiro, editado por Layse Ventura 09/09/2025 04h00
Médico mostrando fígado com gordura, doença hepática em fundo branco.
O acúmulo de gordura no fígado pode parecer silencioso, mas suas consequências podem ser graves/Shutterstock_SoftSheep
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A presença de gordura no fígado, conhecida como esteatose hepática, tem se tornado uma condição cada vez mais frequente entre os brasileiros, e não apenas entre adultos. Crianças também estão sendo diagnosticadas com o problema, que afeta especialmente o público feminino.

Embora muitas vezes silenciosa, essa alteração hepática pode evoluir para quadros mais sérios se não for identificada e tratada adequadamente.

Para se ter uma ideia, a doença já afeta cerca de 30% da população brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde, um reflexo direto do estilo de vida atual, marcado por má alimentação, sedentarismo e o excesso de peso.

Mas enquanto os números preocupam, uma nova esperança começa a surgir: a semaglutida, medicamento já aprovado nos Estados Unidos para tratar essa condição, está em fase de avaliação pela Anvisa e pode transformar o cenário do tratamento no Brasil. Quer entender os sintomas, os riscos e as opções disponíveis para cuidar da saúde do seu fígado? Confira a seguir!

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Gordura no fígado: sintomas e como tratar a esteatose hepática

A esteatose hepática, conhecida popularmente como “gordura no fígado”, é uma condição que se desenvolve quando esse órgão começa a acumular gordura dentro de suas células, chamadas hepatócitos.

Localizado no lado direito do abdômen, o fígado é um verdadeiro multitarefas do corpo humano. Com sua coloração marrom-avermelhada característica, ele desempenha mais de 500 funções essenciais para o organismo, entre elas, filtrar toxinas, produzir proteínas e armazenar energia.

No entanto, quando esse acúmulo de gordura se torna constante e prolongado, o fígado pode reagir com processos inflamatórios. Se essas inflamações, por sua vez, não forem tratadas a tempo, podem evoluir para quadros mais graves, como hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer.

Além disso, nesses casos, o órgão não apenas aumenta de tamanho, como também perde sua cor típica e passa a apresentar um aspecto amarelado, um sinal claro de que algo não vai bem com a saúde hepática.

Sintomas da esteatose hepática: atenção aos sinais silenciosos

Ilustração em 3D de um homem caucasiano com pele transparente, revelando um fígado gorduroso, destacando a anatomia do fígado e o acúmulo de gordura, juntamente com uma visão de perto das células de gordura.
O acúmulo de gordura no fígado, quando persistente, pode desencadear inflamações que evoluem para doenças graves/Shutterstock_Kateryna Kon

Por se tratar de uma doença silenciosa, muitas pessoas que convivem com a esteatose hepática, ou seja, acúmulo de gordura no fígado, podem não apresentar sintomas evidentes.

No entanto, em alguns casos, podem surgir sinais como dor ou desconforto no lado direito do abdômen, fadiga constante, sensação de peso após as refeições e alterações nos exames de sangue, como elevação das enzimas hepáticas.

De acordo com estudos, a doença é classificada em graus, de acordo com a quantidade de gordura acumulada: grau 1 (leve), grau 2 (moderado) e grau 3 (grave). Quanto maior for o grau, maior o risco de inflamação e progressão para quadros mais sérios, como hepatite gordurosa, cirrose e até câncer de fígado. Por isso, mesmo na ausência de sintomas, é fundamental estar atento e realizar exames periódicos.

Diagnóstico e tratamento: por que agir cedo faz toda a diferença

Infográfico dos estágios de danos ao fígado: esquema médico com setas em ilustração vetorial plana. Etapas das alterações no órgão interno da anatomia humana — saudável, com gordura, fibrose, cirrose e câncer. Inflamação na biologia.
Estágios de danos ao fígado — saudável, com gordura, fibrose, cirrose e câncer/Shutterstock_ChipVector

Geralmente, o diagnóstico da esteatose hepática é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia abdominal, e exames laboratoriais que avaliam a função hepática. No entanto, em alguns casos, pode ser necessário realizar uma ressonância magnética ou até biópsia hepática para avaliar o grau de comprometimento do fígado.

O tratamento depende do estágio da doença, mas, em geral, envolve mudanças no estilo de vida: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle de doenças associadas, como diabetes e colesterol alto. Em casos mais avançados, o uso de medicamentos pode ser indicado, e uma novidade promissora é a semaglutida.

Semaglutida: nova esperança no tratamento da gordura no fígado

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Segundo estudo, a semaglutida tem se mostrado uma aliada promissora no combate à gordura hepática/Shutterstock_Corona Borealis Studio

Uma das descobertas mais promissoras no combate à esteatose hepática é recente, e vem da semaglutida. Vale lembrar que o medicamento é originalmente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade.

De acordo com um estudo publicado no New England Journal of Medicine, a semaglutida demonstrou resultados significativos na redução da inflamação e da gordura hepática em pacientes com esteato-hepatite não alcoólica (NASH), uma forma mais avançada da doença.

A pesquisa foi conduzida com apoio dos laboratórios Novo Nordisk, responsáveis pelo desenvolvimento da substância, e envolveu pacientes com graus moderados a graves da condição.

Segundo os autores, a semaglutida atua promovendo perda de peso, melhora da sensibilidade à insulina e redução da inflamação hepática, fatores que contribuem diretamente para a regressão da doença.

Já aprovada nos Estados Unidos para essa finalidade, a medicação está em fase de avaliação pela Anvisa no Brasil, e pode representar um avanço importante no tratamento da esteatose hepática nos próximos anos.

ATENÇÃO: Este conteúdo tem caráter exclusivamente informativo e não substitui avaliação médica. Para diagnóstico e tratamento adequados, consulte um profissional de saúde.

Simone Cordeiro
Colaboração para o Olhar Digital

Simone Cordeiro é jornalista formada pela Universidade Nove de Julho. Em 8 anos de experiência, passou por agências de marketing, empresas de tecnologia e indústria. Hoje, é redatora no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.