Eclipse solar de setembro: quais as diferenças entre este e o de março

Embora os dois eclipses solares de 2025 ocorram duas semanas após eclipses lunares totais e ambos sejam parciais, existem algumas diferenças entre eles
Flavia Correia15/09/2025 09h00
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Eclipse solar parcial em Maryland, EUA, em junho de 2021. Crédito: Jarvin Hernandez - Shutterstock
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Eclipses são eventos astronômicos que acontecem quando a luz de um astro, própria ou recebida, é parcial ou totalmente bloqueada pela passagem de outro corpo celeste à sua frente. Os fenômenos que mais se destacam nessa categoria são os eclipses solares e lunares – e este ano ficará marcado por ter dois de cada.

O primeiro deles foi um eclipse lunar total ocorrido em 14 de março, seguido de um solar parcial duas semanas depois. Agora em setembro, a situação se repete: no dia 7, houve mais um eclipse lunar total, com outro eclipse solar parcial esperado para este domingo (21) – de novo, duas semanas mais tarde.

Embora os dois eclipses solares de 2025 ocorram no mesmo intervalo após eclipses lunares totais e ambos sejam parciais, existem algumas diferenças entre eles.

Animação mostra um eclipse parcial do Sol (quando ele não é totalmente coberto pela sombra da Lua). Crédito: Gifs.Eco.BR

Mas, antes, vamos entender o que são eclipses solares:

  • Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar;
  • Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total;
  • Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023).

Próximo eclipse solar será mais tarde e mais longo

A primeira diferença é que, enquanto o evento de março foi no período da manhã (tomando como referência o fuso horário de Brasília), o de setembro será à tarde.

Naquela ocasião, o Sol começou a ser ocultado pela Lua às 5h50 e voltou a aparecer por completo às 9h43. Já desta vez, de acordo com a plataforma Time And Date, o eclipse começa às 14h29 e termina às 18h53.

Eclipse solar parcial de março de 2025 fotografado em Halifax, Nova Escócia, Canadá. Crédito: Iaroslav Kourzenkov via EarthSky.org

Isso significa que o primeiro levou 3 horas e 53 minutos para ser concluído, com o segundo tendo 4 horas e 24 minutos de duração. Ou seja, o eclipse solar parcial de setembro será 31 minutos mais longo que o primeiro.

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Área coberta do Sol foi maior na primeira ocorrência

Apesar de mais curto, o eclipse solar parcial de março escureceu o céu mais do que o próximo. Isso porque a Lua chegou a ocultar mais de 90% do Sol em algumas cidades do Canadá. Em Iqaluit, por exemplo, a cobertura foi de 92,21%.

Para domingo, a cobertura máxima do Sol pela Lua será de 80%, em uma área remota do Pacífico Sul, entre a Nova Zelândia e a Antártida, segundo o site Space.com. Nas localidades permanentemente habitadas, a maior taxa de ocultação será de 73%, em partes da Ilha Sul neozelandesa.

O tamanho da área escurecida representa a magnitude do eclipse.

Um no Norte, outro no Sul

Nos eclipses solares parciais, apenas a parte clara da sombra da Lua, chamada penumbra, se projeta na Terra. Como essa sombra costuma passar perto dos polos, as regiões próximas a essas áreas acabam sendo as mais atingidas pelo fenômeno.

Mapa do eclipse solar parcial de março de 2025. Crédito: Time And Date

O eclipse de agora se concentrará nos arredores do Polo Sul, enquanto o anterior se deu nas imediações do Polo Norte.

Mapa do eclipse solar parcial de setembro de 2025. Crédito: Time And Date

No entanto, algumas vezes, a penumbra da Lua se estende até áreas mais centrais. Por isso que, no eclipse solar parcial de março, por exemplo, a cidade de Punta Arenas, no Chile, esteve dentro da faixa de visibilidade do espetáculo, mesmo localizada a cerca de 53° de latitude sul – bem distante da região de maior concentração.

Eclipse solar de setembro poderá ser visto por menos pessoas

Hoje em dia, qualquer eclipse pode ser visto por todo mundo que tenha acesso à internet, mesmo que o fenômeno ocorra a milhares de quilômetros de distância. Mas, em termos de “público presencial”, digamos assim, a “plateia” desta vez será bem reduzida em relação ao evento de março

Naquela ocasião, 9,94% da população mundial, ou cerca de 814 milhões de indivíduos, puderam observar o eclipse pessoalmente (entre a maior e a menor fração de cobertura do Sol). Desta vez, apenas 16,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 0,20% da população, terão essa oportunidade.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.