Mancha solar em formato estranho acende alerta para risco de explosões

A mancha solar AR4220 vem chamando a atenção de observadores e cientistas por ter uma aparência totalmente fora do padrão
Flavia Correia20/09/2025 14h37, atualizada em 20/09/2025 14h57
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Agrupamento de manchas solares AR4220 tem formato fora do padrão habitual. Crédito: Spaceweather.com
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Ocasionalmente, a superfície do Sol é marcada por manchas solares, áreas mais escuras e frias causadas pelo acúmulo de campos magnéticos. Elas compõem as regiões ativas do astro, de onde podem eclodir intensas explosões.

De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), as manchas solares geralmente têm um centro mais escuro, chamado de umbra, cercado por uma borda mais clara, a penumbra, que dá contraste e destaca sua forma na fotosfera (camada visível da estrela).

No entanto, uma delas vem chamando a atenção de observadores e cientistas do clima espacial por ter uma aparência totalmente contrária. Denominada AR4220, essa mancha solar tem formato de anel, com o interior mais claro e a periferia escura.

Mancha solar se assemelha a um kiwi pela metade

Frank J. Melillo, de Holtsville, Nova York, EUA, que fotografou a estrutura na sexta-feira (19), comparou o padrão incomum a um kiwi cortado ao meio.

Mancha solar AR4220 fotografaa em 19 de setembro de 2025 a partir de Holtsville, NY, EUA. Crédito: Frank J. Melillo via Spaceweather.com

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a causa para o brilho intenso do centro dessa mancha possivelmente deve estar em uma pluma de plasma que afasta o magnetismo habitual, criando um núcleo quente dentro de um contorno mais frio. 

Na verdade, a região AR4220 é um conjunto de 19 manchas que abrange uma área de 290 milionésimos do hemisfério solar – algo em torno de 884 milhões de km² (o equivalente a quase duas vezes a área da Terra).

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Região segue sob monitoramento

Ela está localizada no sudoeste do Sol (próxima à borda esquerda do astro) e apresenta uma configuração magnética gama, com vários polos próximos uns dos outros. Embora tenha reduzido de tamanho, essa região ativa se mantém complexa e sob monitoramento. 

Manchas com formas incomuns e campos mistos são as mais propensas a explodir. No entanto, até o momento, esse agrupamento não produziu erupções significativas. Atualmente, ele apresenta uma probabilidade de 65% de eventos de classe C (fracas), 25% de classe M (moderadas) e 5% de classe X (fortes), segundo a ferramenta de rastreamento do céu Sky-Tonight.

Caso haja alguma explosão, o material ejetado pode atingir a Terra de relance, apenas de forma tangencial, pois a região está prestes a girar para o lado oculto do Sol.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.