O presidente americano Donald Trump assinou nesta quinta-feira (25) uma ordem executiva que formaliza os termos de um acordo para transferir a operação do TikTok a investidores norte-americanos. A decisão encerra meses de incerteza em torno do futuro do aplicativo no país, que esteve sob risco de banimento.
Segundo Trump, o entendimento foi alcançado após conversas com o presidente da China, Xi Jinping. O acerto prevê a separação da rede social da controladora chinesa ByteDance, permitindo a continuidade da plataforma nos Estados Unidos dentro do prazo exigido por lei. Caso contrário, o aplicativo teria sido retirado do ar para usuários norte-americanos.

Estrutura do novo TikTok nos EUA
De acordo com a Casa Branca, investidores dos Estados Unidos irão assumir a maior parte da operação, incluindo uma licença exclusiva para o algoritmo de recomendação do aplicativo. A expectativa é que cerca de 80% da nova companhia fique nas mãos de empresas norte-americanas, enquanto a participação da ByteDance e de investidores chineses ficará limitada a menos de 20%.
A nova versão do TikTok será administrada por um conselho com sete integrantes especializados em segurança nacional e cibersegurança, sendo seis deles norte-americanos. A supervisão ficará a cargo da Oracle, que também fornecerá infraestrutura em nuvem para o armazenamento dos dados de usuários no país.

Investidores e governança
Além da Oracle, liderada pelo cofundador Larry Ellison, o grupo de investidores conta com nomes de peso como a gestora de private equity Silver Lake, o empresário de mídia Rupert Murdoch e seu filho Lachlan, além de Michael Dell, CEO da Dell.
O governo norte-americano afirma que nem a ByteDance nem autoridades chinesas terão acesso às informações de usuários. “O aplicativo será controlado por empresas e especialistas dos Estados Unidos”, informou a Casa Branca.
Impacto político e financeiro
Trump destacou a importância do acordo em postagens no Truth Social, sua rede social, e em entrevistas recentes. “O chamado foi muito bom, agradeço a aprovação do TikTok, e ambos estamos ansiosos para o encontro na APEC”, escreveu após conversar por telefone com Xi Jinping.
Segundo o Wall Street Journal, o consórcio de investidores deverá pagar uma taxa multibilionária ao governo norte-americano para viabilizar a negociação. Em coletiva na Inglaterra, Trump classificou o valor como um “fee-plus”, ressaltando que o país está obtendo uma compensação significativa apenas por intermediar a transação.
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TikTok e as disputas regulatórias
O aplicativo já havia enfrentado forte resistência no Congresso norte-americano, sob acusações de riscos à privacidade de dados e de possível uso pela China para fins de propaganda política. Em janeiro, a Suprema Corte confirmou a legalidade do banimento, medida que Trump adiou repetidamente até firmar o acordo.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, confirmou na semana passada que Estados Unidos e China chegaram a um consenso após reuniões em Madri. No mesmo dia, o negociador de comércio chinês Li Chengang confirmou o acerto e alertou contra possíveis ações de “supressão” a empresas do país.
A transação não apenas garante a presença do TikTok no mercado norte-americano, usado por cerca de 180 milhões de pessoas, mas também amplia a influência de grandes companhias locais no setor de redes sociais. Trump chegou a creditar parte de sua vitória eleitoral de 2024 à plataforma.