As autoridades da Europa definiram o ano de 2035 como meta para retirar totalmente de circulação os carros movidos a combustão. O plano faz parte dos esforços de descarbonização do continente e prevê que, a partir dessa data, só sejam disponibilizados veículos elétricos.
No entanto, a realidade pode ser bastante diferente. Isso porque tem crescido a pressão da indústria automobilística para que a determinação seja derrubada. O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, pediu nesta semana que a União Europeia reveja a proibição.

Montadoras da Europa enfrentam momento de dificuldade
- Segundo a AFP, o representante do governo alemão quer que as autoridades europeias permitam que modelos a combustão continuem sendo vendidos mesmo após 2035.
- O posicionamento é em defesa de gigantes do setor no país, Volkswagen, BMW e Mercedes-Benz.
- As montadoras argumentam que é muito difícil prosseguir no plano em meio ao aumento da concorrência chinesa, especialmente da BYD.
- Uma reunião com representantes do setor automotivo deve ser realizada nesta quinta-feira (9) para debater o tema.
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Governo da Alemanha defende adoção de combustíveis sintéticos
No mês passado, a UE prometeu rever a meta. A indústria automobilística do continente, em especial da Alemanha, sofre com o aumento da concorrência da China. Recentemente, a Porsche, uma subsidiária da VW, disse que atrasaria o lançamento de modelos elétricos devido à fraca demanda.
Em sua declaração, Friedrich Merz apontou que os motores a diesel ainda são necessários para a fabricação de caminhões. Por conta disso, ele avalia que a proibição das vendas de carros a combustão é um “erro”.

Ele também disse ter esperança de que combustíveis sintéticos possam ser desenvolvidos nos próximos anos, o que resolveria o problema. O chanceler alemão concluiu destacando que não se deve proibir nada. “Devemos habilitar tecnologias, e esse é o meu objetivo”, disse ele.