Apaixonados por observação astronômica têm excelentes motivos para olhar para o céu esta semana. Dependendo da localidade, será possível ver dois cometas no mesmo dia, além de muitas “estrelas cadentes” – ou melhor: os rastros luminosos de uma chuva de meteoros (talvez, até duas). E tudo isso, graças à ajuda da Lua.
Vamos entender:
- Dois cometas estão voando perto da Terra ao longo desses dias;
- O R2 SWAN atingiu o perigeu (ponto mais próximo do planeta) no dia 12, quando chegou a 0,25 unidades astronômicas (UA) de distância – algo em torno de 37,5 milhões de km;
- Já o C/2025 A6 Lemmon alcança o perigeu nesta terça-feira (21), chegando a 0,59 UA da Terra – cerca de 89,2 milhões de km;
- Ambos podem ser vistos no céu com poucas horas de diferença, dependendo da localidade do observador – saiba mais aqui;
- Além dos cometas, a noite de terça também é iluminada pelo pico a chuva de meteoros Oriônidas;
- Com máxima prevista para 5 de novembro, outra chuva de meteoros em atividade, a Táuridas do Sul, teve um surto antecipado no domingo (19) – saiba mais sobre ela aqui;
- Como a Lua inicia a semana finalizando a fase minguante e permanece na fase nova até dia 28, o céu está mais escuro;
- Esse cenário, aliado à ausência de nuvens e de poluição luminosa, é perfeito para se conseguir observar todos os espetáculos prometidos para a semana.

Chuva de meteoros Oriônidas vem do cometa Halley
A chuva de meteoros Oriônidas está ativa entre 2 de outubro e 7 de novembro e deve atingir o pico nesta madrugada. Nesse período, é possível observar cerca de 20 meteoros por hora, o que faz dela a mais intensa dessa época do ano.
O fenômeno acontece quando a Terra cruza a trilha de detritos deixada pelo cometa Halley, que passa pelo Sistema Solar interno a cada 76 anos. Ao entrar na atmosfera terrestre, essas partículas se incendeiam e produzem os rastros luminosos conhecidos como meteoros. O nome “Oriônidas” vem da Constelação de Órion, ponto do céu de onde esses rastros parecem surgir, localizado próximo à estrela Betelgeuse.
Embora o radiante esteja no hemisfério norte celeste, a chuva é bem visível no Brasil. Os fragmentos atingem a atmosfera a impressionantes 67 quilômetros por segundo – o equivalente a 241 mil km/h. Mesmo tão velozes, costumam deixar rastros brilhantes que podem persistir por alguns segundos, formando um espetáculo visual que vale a observação.

Em algumas ocasiões, os meteoros se tornam ainda mais intensos, transformando-se em bolas de fogo visíveis a olho nu, mais brilhantes que qualquer estrela. Além das Oriônidas, o cometa Halley também é responsável pela chuva Eta Aquáridas, observada todos os anos em maio.
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Como observar a chuva de meteoros
A Oriônidas é uma chuva visível tanto no Hemisfério Norte quanto no Hemisfério Sul. De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, para um observador localizado em São Paulo, o evento começa por volta das 22h50 (pelo horário de Brasília), desta segunda-feira (20), permanecendo visível até 5h da madrugada de terça, pouco antes do amanhecer.
O melhor momento para observar é no final da madrugada, quando o radiante está mais alto no céu. Na região de São Paulo, ele chegará a cerca de 50° acima do horizonte leste. Nesse horário, a previsão é que seja possível ver até 11 meteoros por hora no pico da chuva.
A chuva de meteoros Oriônidas está ativa desde 2 de outubro até 7 de novembro, com pico esperado para esta semana. No vídeo, um registro feito quinta-feira (16), em Taquara (RS). Crédito: Observatório Heller & Jung.#OlharDigital #ChuvadeMeteoros #MeteorShower pic.twitter.com/YDrVTLN0G6
— Olhar Digital (@olhardigital) October 20, 2025
Em locais com pouca iluminação e céu limpo, o número de meteoros visíveis pode variar entre 15 e 20 por hora. Já em grandes cidades, a poluição luminosa reduz a contagem para cerca de 5 a 10 meteoros por hora, dependendo da claridade do céu. Mesmo assim, o fenômeno costuma ser perceptível e oferece um belo espetáculo para quem observar com paciência.

Para encontrar meteoros, olhe para o leste, direção em que nasce o Sol e onde está a constelação de Orion. Por volta das 3h, o radiante estará a 30° de altura, subindo até 50° perto das 5h. Nesse ponto, os meteoros são fracos e breves – os mais longos e brilhantes surgem entre 45° e 90° de distância dele.
Não são necessários equipamentos especiais, como binóculos ou lunetas. O ideal é apenas acomodar-se em um local escuro, longe das luzes urbanas, e deixar os olhos se adaptarem à escuridão por cerca de 20 minutos. Aplicativos como Stellarium, Star Walk ou SkyView podem ajudar a localizar Orion. E, ao ver uma “estrela cadente”, não se esqueça de fazer o seu pedido, como manda a tradição. Boa sorte!
Dicas da plataforma Starwalk Space.