Uma falha grave nos sistemas de hospedagem em nuvem da Amazon Web Services (AWS) derrubou parte significativa da internet mundial na segunda-feira (20), provocando prejuízos que analistas estimam em bilhões de dólares e reacendendo o debate sobre a dependência global das grandes plataformas de tecnologia.
A interrupção, confirmada pela Amazon como resolvida no fim da tarde, foi descrita pela Reuters como a pior desde o caos causado pela falha da CrowdStrike no ano passado.

A AWS, maior provedora de serviços de nuvem do mundo, é considerada o “esteio de boa parte da internet”, segundo o ZDNet. Mais de 28 serviços da plataforma foram afetados, paralisando milhões de negócios e aplicações em escala global.
Serviços mais afetados com apagão na AWS
- Entre os serviços mais prejudicados estavam aplicativos populares, como Snapchat, Signal e Reddit, além de plataformas de jogos, como Fortnite, que ficaram inacessíveis;
- No Brasil, iFood e Mercado Livre foram dois sistemas que mais sentiram o problema;
- O impacto também atingiu companhias aéreas, bancos e serviços financeiros, que enfrentaram atrasos e interrupções;
- Até mesmo produtos da própria Amazon, como o e-commerce, a assistente Alexa e o Prime Video, foram afetados;
- Segundo a CNN, milhões de empresas ficaram impossibilitadas de operar, sem conseguir autenticar funcionários ou processar pagamentos.
“O incidente destaca a complexidade e a fragilidade da internet, assim como o quanto cada aspecto do nosso trabalho depende dela para funcionar”, afirmou Mehdi Daoudi, CEO da empresa de monitoramento de desempenho digital Catchpoint, em entrevista à CNN.
Para ele, o impacto financeiro “facilmente alcançará centenas de bilhões de dólares” devido à perda de produtividade e à paralisação de operações em diversos setores.

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Onde houve o problema?
De acordo com a Reuters, o problema teve origem em um dos data centers da Amazon nos Estados Unidos, descrito como o “mais antigo e maior” da empresa para serviços web e considerado a região padrão de muitos serviços AWS.
O mesmo local já havia registrado interrupções em 2020 e 2021, que, segundo a companhia, haviam sido “completamente resolvidas” — mas, aparentemente, as soluções não garantiram estabilidade até 2025. O ZDNet relatou que os primeiros sinais do problema foram “taxas elevadas de erro e lentidão em diversos serviços-chave” ligados à tecnologia de banco de dados da nuvem.
Os engenheiros identificaram rapidamente uma falha no Sistema de Nomes de Domínio (DNS, na sigla em inglês) como a origem e aplicaram uma correção, mas o colapso se espalhou, levando mais de duas dezenas de serviços a continuarem fora do ar.
No auge do problema, o Downdetector, site que registra reclamações sobre falhas em serviços, sites e aplicativos, registrou mais de oito milhões de relatos de falhas em todo o mundo.
Para Ken Birman, professor de ciência da computação da Universidade Cornell, o episódio reforça a necessidade de maior resistência a falhas nos sistemas. “Os desenvolvedores precisam construir melhor tolerância a falhas”, disse à Reuters.

Ele acrescentou que empresas que “cortam custos e pulam etapas para colocar aplicações no ar” acabam vulneráveis e “são as que realmente deveriam ser examinadas depois”.
A crise também acende um alerta para o próprio futuro da Amazon no mercado de nuvem. Segundo a Forbes, clientes corporativos, especialmente do setor financeiro, avaliam adotar uma estratégia “multi-cloud”, distribuindo cargas de trabalho críticas entre diferentes provedores, como a própria AWS, bem como Microsoft Azure e Google Cloud, para reduzir o risco de novas interrupções.
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