Nesta quinta-feira (30), em uma coletiva de imprensa, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) apresentou os membros da missão Shenzhou-21, próximo voo tripulado para a estação espacial chinesa, chamada Tiangong. Entre eles está o astronauta mais jovem do país – e quatro ratos.
A Tiangong está ocupada continuamente com equipes de três astronautas que se revezam a cada seis meses. É o ponto central do programa espacial chinês, que recebeu bilhões de dólares em investimentos para entrar na disputa com os EUA e a Rússia.
Zhang Jingbo, porta-voz da Agência Espacial Tripulada da China (CMSA), confirmou que a missão Shenzhou-21 será lançada a bordo do foguete Long March 2F/G Y21 na sexta-feira (31), às 12h44 (horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste do país.

Missão leva cobaias para primeiro experimento espacial com ratos da China
Nesse voo, o engenheiro de voo Wu Fei, de 32 anos, se tornará o astronauta chinês mais jovem a participar de uma missão espacial. Ele disse que se sente “incomparavelmente sortudo” por unir seus sonhos pessoais ao programa espacial nacional.
A tripulação conta também com o comandante veterano Zhang Lu, de 48 anos, que participou da missão Shenzhou-15, em 2022, e o especialista em carga útil Zhang Hongzhang, de 39 anos.
Quatro ratos de laboratório – dois machos e duas fêmeas – viajarão com a equipe. Eles participarão dos primeiros experimentos orbitais com roedores da China, ajudando os cientistas a estudar efeitos da microgravidade sobre mamíferos.

O programa espacial chinês, terceiro no mundo a levar humanos à órbita, também já enviou veículos robóticos à Lua e Marte. Sob a liderança do presidente Xi Jinping, a China acelerou seus planos para realizar seu “sonho espacial”. O país pretende lançar uma missão tripulada à Lua até 2030, com a meta de construir uma base humana na superfície lunar.
A CMSA confirmou que segue firme nesse objetivo e anunciou uma série de testes cruciais que estão por vir. Entre eles, estão o módulo de pouso lunar Lanyue e a espaçonave tripulada Mengzhou, projetados para preparar futuras missões à Lua.

Leia mais:
- China quer construir estrutura gigante na Lua
- China colhe arroz cultivado no espaço – e ele é mais doce
- China avança com megaconstelação de satélites para competir com a Starlink
Sobre a estação Tiangong
A estação espacial chinesa Tiangong começou a ser montada em órbita em abril de 2021, com o lançamento do módulo central Tianhe. Seu formato é modular, permitindo a conexão de laboratórios e áreas de apoio, e sua estrutura principal inclui painéis solares extensíveis e sistemas de suporte à vida avançados.
Atualmente, a Tiangong conta com três módulos principais: Tianhe, e os laboratórios Wentian e Mengtian. Cada módulo possui compartimentos de pesquisa científica, áreas de trabalho e dormitórios para astronautas. A estação foi projetada para suportar uma equipe de até três tripulantes por vez, com capacidade de receber até seis em períodos de revezamento.
Nos próximos anos, a China planeja expandir a Tiangong com novas experiências científicas e missões tripuladas de longa duração. Entre os projetos futuros estão testes de tecnologias para pousos lunares e experimentos em biologia, física e materiais. A estação deve permanecer operacional pelo menos até 2030, servindo como plataforma de pesquisa e demonstração tecnológica.
Com informações das agências APNews e Xinhua.net