A China divulgou recentemente as primeiras imagens captadas pelo satélite meteorológico FY-3H, lançado recentemente para aprimorar o monitoramento climático do planeta.
O anúncio foi feito durante a 15ª Conferência de Usuários de Satélites Meteorológicos da Ásia-Oceania (AOMSUC-15) e a Conferência de Usuários dos Satélites Fengyun (2025 FYSUC), realizadas em Qingdao, na província de Shandong.
O evento reuniu especialistas de mais de 50 países e marcou um passo importante no avanço da observação da Terra a partir do espaço, com foco especial no fortalecimento dos sistemas globais de alerta precoce, um objetivo alinhado às iniciativas da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Qual a importância do Satélite FY-3H?
- Capta imagens em alta resolução com observação global diária.
- Monitora gases de efeito estufa, auroras e mudanças climáticas.
- Fornece dados estratégicos para prever fenômenos extremos, como tufões e ondas de frio.
- Reforça o sistema global de alerta antecipado e a cooperação internacional.
Satélite FY-3H e monitoramento climático: o que muda
O FY-3H inicia sua fase de operação com seis dos nove instrumentos ativados e já em testes em órbita. As primeiras imagens revelam desde campos de gelo na Antártida até a formação de sistemas atmosféricos complexos no Hemisfério Norte.
Um dos grandes diferenciais do satélite é a combinação de sensores ópticos, de micro-ondas e equipamentos capazes de fazer uma espécie de “tomografia” da atmosfera, permitindo enxergar a estrutura tridimensional de fenômenos como tufões e frentes frias.

Segundo a Administração Meteorológica da China (CMA na sigla em inglês), essas ferramentas permitem identificar temperatura, umidade, nuvens, composição atmosférica e até variações no campo eletromagnético que afetam o clima espacial – área vista como estratégica para proteger satélites, telecomunicações e redes elétricas.
“Os dados (…) fortalecerão significativamente as capacidades de alerta precoce e monitoramento do clima, especialmente na região da Ásia-Oceania e além”, afirmou Natalia Donohoe, chefe da Divisão de Sistemas Espaciais e Utilização da OMM.
Ela destacou, em declaração reproduzida pela OMM, que essa conquista reforça a importância da colaboração internacional para que países em desenvolvimento também tenham acesso a dados avançados.
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O satélite também se destaca pelo monitoramento frequente das regiões polares (passando sobre o Ártico e a Antártida 14 vezes por dia), o que é essencial para acompanhar o derretimento das calotas de gelo e os impactos sobre o nível do mar. Imagens reais, como a da Antártida em cores naturais captada pelo sensor MERSI-III, mostram com precisão gelo, neve e cobertura de nuvens.

Zhang Zuqiang, vice-administrador da CMA, afirmou que esperava que a conferência servisse como uma oportunidade para avançar ativamente a implementação da iniciativa Early Warnings for All das Nações Unidas, contribuindo com esforços ainda maiores para o fortalecimento da resiliência.
Ao unir alta tecnologia, compartilhamento de dados e cooperação internacional, o FY-3H representa um avanço na prevenção de desastres climáticos e na compreensão das mudanças do clima.