Descoberto em maio deste ano pelo Sistema de Último Alerta para Impacto de Asteroides com a Terra (ATLAS), financiado pela NASA, o cometa C/2025 K1 (ATLAS) tem chamado atenção de quem o observa por ter assumido uma coloração incomum. Enquanto a maioria dos cometas é verde ou azul, este apresenta raros tons dourados e vermelho-acastanhados.
Em poucas palavras:
- Cometa C/2025 K1 (ATLAS) é visto em tons dourados e vermelho-acastanhados raros;
- Ele foi fotografado logo após sua passagem próxima ao Sol;
- Cor incomum deve-se à baixa concentração de carbono na composição química;
- Objeto seguirá sua órbita, reaproximando-se da Terra em 26 de novembro.
O astrônomo amador Dan Bartlett, de June Lake, Califórnia, tirou uma foto impressionante do objeto na última quarta-feira (29). À plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, ele disse que não era esperado que o cometa sobreviveria ao periélio (encontro mais próximo do Sol), ocorrido em 8 de outubro.

Naquele momento, o corpo celeste chegou a apenas 0,33 unidades astronômicas (cerca de 49,5 milhões de quilômetros) da estrela, enfrentando calor intenso que poderia desintegrá-lo. Para surpresa dos cientistas, ele resistiu e continua visível no céu antes do amanhecer.
Por que o cometa é dourado
A cor rara está ligada à composição química incomum do cometa, que tem origem na Nuvem de Oort (uma região muito distante do Sistema Solar, repleta de pequenos corpos gelados). Ele apresenta concentrações extremamente baixas de compostos de carbono, normalmente encontrados em outros cometas.
Segundo o astrônomo David Schleicher, do Observatório Lowell, centro de pesquisa astronômica em Flagstaff, Arizona, EUA, gases como o CN (uma molécula formada por carbono e nitrogênio que normalmente dá cor verde aos cometas) estão em níveis excepcionalmente baixos. Essa ausência resulta no tom dourado observado.

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Objeto não pode ser visto a olho nu
De acordo com o site de monitoramento TheSkyLive, o cometa está atualmente na constelação de Leão, a mais de 121 milhões de quilômetros da Terra. Com magnitude 10.6, ele não é visível a olho nu, sendo necessário usar binóculos ou telescópios. A coma (nuvem de gás que envolve o núcleo) mede 1,6’ (minutos de arco), e a cauda 8,3’. Isso significa que a coma aparece pequena no céu, com cerca de 3,3% do diâmetro da Lua cheia, enquanto a cauda é cinco vezes maior.
C/2025 K1 (ATLAS)
— 吉本@彗星屋 (@katsumi_comet) October 29, 2025
2025/10/28.839 UT pic.twitter.com/FsyBQGTAJa
Após resistir ao periélio, o objeto seguirá sua órbita pelo Sistema Solar e se aproximará da Terra novamente em 26 de novembro, depois da primeira passagem em 13 de agosto. Acompanhá-lo de perto permite aos cientistas analisar sua composição incomum e observar como materiais primordiais do Sistema Solar reagem à proximidade do Sol, oferecendo pistas sobre a formação de cometas e a história dos corpos celestes gelados que cercam nosso planeta.