Ciclone avança para o Sudeste após causar estragos no Sul

Passagem de tornado deixa mortos no Paraná. Ciclone extratropical segue para o Sudeste.
Lucas Soares08/11/2025 11h23
ciclone extratropical
(Imagem: Shutterstock AI)
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Pelo menos seis pessoas morreram vítimas de um tornado na madrugada deste sábado (8) no Paraná. O fenômeno é consequência de um ciclone extratropical que chegou ao Sul do Brasil na sexta-feira (7). A Defesa Civil estima que cerca de 10 mil pessoas tenham sido impactadas pelos ventos. Até o momento, 28 pessoas estão desabrigadas e 1.000 desalojadas. 

Durante a tarde de sábado, o fenômeno deve atingir a capital paulista e outras cidades do Sudeste. A partir de domingo, a situação volta a ficar estável na região Sul.

A Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta recomendando que a população evite áreas abertas, recolha objetos soltos e não estacione veículos sob árvores durante tempestades.

Passagem de tornado no Paraná deixou estragos
Passagem de tornado no Paraná deixou estragos (Imagem: Reprodução/Agência Brasil)

Previsão do tempo para o sábado (08/11):

Sul: A região será a mais afetada. Previsão de chuva forte e ventania, com rajadas de vento entre 60 e 100 km/h no litoral. Há risco de temporais no leste de Santa Catarina e no Paraná. O mar ficará muito agitado.

Sudeste: O ciclone trará instabilidade para a região. Espera-se ventos de 80 a 100 km/h em partes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em São Paulo, há previsão de temporais à tarde, com ventos de até 115 km/h no litoral norte. A chuva chega ao Rio de Janeiro durante a tarde e ao Espírito Santo à noite.

Centro-Oeste: Pancadas de chuva moderadas a fortes são esperadas, com risco de temporais isolados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Ventos podem chegar a 80 km/h em algumas áreas.

Nordeste: Instabilidade no sul e oeste da Bahia, com pancadas fortes. O restante da região terá tempo seco, aberto e quente.

Norte: Chuva isolada no interior do Amazonas e pancadas no sul de Rondônia e Tocantins, que podem se intensificar à tarde.

As informações são do Climatempo.

Previsão do tempo para o domingo (09/11):

Haverá uma significativa melhora no tempo no Sul, com chuva apenas fraca e isolada no litoral.

No Sudeste, o tempo também fica mais estável, com chuvas apenas isoladas no sul de São Paulo e litoral do Rio de Janeiro, e o calor retorna no interior.

Leia mais:

No Centro-Oeste e no Nordeste, as pancadas de chuva continuam em algumas áreas, enquanto o Norte terá chuva mais intensa no Amazonas e Acre.

A partir de segunda-feira (10), a previsão é de tempo mais firme na maior parte do país.

Ciclone extratropical: o que é e por que provoca tempestades

ciclone extratropical é um fenômeno atmosférico formado pelo encontro entre massas de ar quente e frio — uma espécie de choque térmico que cria sistemas de baixa pressão e dá origem a ventos fortes, chuvas e grande nebulosidade. 

Montagem com duas imagens capturadas via satélite de ciclones extratropicais
Exemplos de ciclones extratropicais (Imagem: Reprodução/Brasil Escola)

Ele se desenvolve geralmente fora da zona tropical e costuma estar associado ao avanço de frentes frias, que empurram o ar quente para cima e geram instabilidade na atmosfera. Esse movimento cria o giro de ar característico do ciclone, responsável pelos ventos intensos e tempestades que o acompanham.

No Brasil, esses sistemas se formam principalmente sobre o oceano Atlântico Sul, próximos ao litoral do Sul e do Sudeste, e podem atingir o continente com força variável. Em casos mais intensos, provocam enchentes, deslizamentos, quedas de árvores e interrupções no fornecimento de energia

Após a passagem do fenômeno, o ar frio tende a se estabelecer, o que causa queda nas temperaturas e estabilização do clima. Segundo meteorologistas, o período de formação de um ciclone extratropical costuma variar de 12 a 24 horas

Os efeitos deste tipo de ciclone, embora de curta duração, podem ser severos, especialmente quando coincidem com altas temperaturas superficiais do mar.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.