A enxaqueca é muito mais do que uma simples dor de cabeça. Trata-se de uma condição neurológica complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando crises de dor intensa, náuseas, sensibilidade à luz e ao som, além de outros sintomas incapacitantes.
Embora as causas exatas ainda não sejam totalmente compreendidas, sabe-se que diversos fatores podem contribuir para o surgimento das crises, como genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais.
A seguir, entenda como o cérebro reage durante a enxaqueca, quais são os principais gatilhos e como reconhecer os sinais dessa condição para buscar o tratamento adequado.
Os 8 principais fatores que desencadeiam enxaquecas

A enxaqueca ocorre em pessoas cujo sistema nervoso é mais sensível a estímulos externos. Quando certas células do cérebro são ativadas em excesso, elas desencadeiam uma atividade elétrica intensa, que se espalha e afeta funções como visão, coordenação e fala. Esse processo é conhecido como aura da enxaqueca, e pode preceder a dor de cabeça.
A dor surge quando o nervo trigêmeo é estimulado e libera substâncias que inflamam os vasos sanguíneos e as meninges, provocando a dor latejante típica da enxaqueca.
Estresse e preocupações excessivas

Situações de tensão emocional, ansiedade e pressão no trabalho, estudo ou na vida pessoal podem desencadear crises de enxaqueca. O estresse provoca a liberação de substâncias químicas no cérebro, como cortisol e adrenalina, que afetam o fluxo sanguíneo e podem irritar nervos, causando dores e desconfortos.
Técnicas de relaxamento, exercícios de respiração e pausas na rotina são eficazes para prevenir e aliviar esses sintomas relacionados ao estresse, ajudando a equilibrar a resposta do sistema nervoso e reduzir a tensão muscular e nervosa.
Ficar muito tempo sem comer

O jejum prolongado é um dos gatilhos alimentares mais conhecidos. Quando o corpo fica muito tempo sem receber nutrientes, ocorre uma queda nos níveis de açúcar no sangue, o que estimula a liberação de substâncias associadas à dor.
Manter refeições leves a cada três ou quatro horas, evitando tanto o jejum quanto os exageros alimentares. Entretanto, o ideal é seguir uma dieta de acordo com as recomendações de um nutricionista.
Dormir mal ou em excesso

A qualidade do sono está diretamente ligada à ocorrência de enxaquecas. Dormir pouco, ter insônia, acordar frequentemente ou até dormir demais pode desregular o equilíbrio neurológico e vascular do cérebro.
Manter horários regulares para dormir e acordar, além de evitar eletrônicos antes de deitar, é fundamental para prevenir crises.
Ciclo hormonal e TPM

As flutuações hormonais são um dos principais fatores de enxaqueca em mulheres. Durante a TPM, menstruação ou em fases de reposição hormonal, o estrogênio pode variar bruscamente, provocando crises intensas.
Em muitos casos, o tratamento inclui acompanhamento ginecológico e ajustes hormonais para equilibrar os níveis do organismo.
Leia mais
- Sofre de enxaqueca? Veja como evitar os principais gatilhos
- Chorar faz bem? Veja o que acontece no corpo quando choramos
- É possível morrer de dor? Entenda como o corpo reage a dores extremas
Irritação e alterações de humor

Oscilações emocionais, raiva reprimida, impaciência e irritabilidade são gatilhos comuns. A tensão emocional eleva o cortisol e altera o equilíbrio dos neurotransmissores ligados à dor.
Práticas como meditação, atividade física e psicoterapia ajudam a controlar esses picos emocionais.
Excesso de cafeína

O café faz parte da rotina de muitos brasileiros, seja pela manhã ou no fim da tarde. Inclusive, pequenas doses de cafeína podem ajudar a aliviar a dor. Entretanto, o consumo exagerado tem o efeito oposto.
Beber muito café, refrigerantes, chás escuros ou tomar medicamentos que contenham cafeína pode causar dependência e aumentar a frequência das crises. A retirada brusca também é prejudicial, por isso a redução deve ser feita de forma gradual. Controlar a ingestão é essencial para evitar esses efeitos negativos.
Falta de exercícios físicos

A prática regular de exercícios físicos libera endorfinas, substâncias que proporcionam bem-estar e reduzem a percepção da dor. Além disso, melhora a circulação e regula neurotransmissores como serotonina e melatonina. O sedentarismo, por outro lado, aumenta a vulnerabilidade às crises de enxaqueca e a outras dores crônicas.
Sempre mantenha exercícios físicos na sua rotina. Começar devagar e progredir a intensidade com orientação profissional é o ideal para evitar agravamento dos sintomas e obter benefícios duradouros.
Uso excessivo de analgésicos e certos alimentos

O uso repetido de analgésicos pode causar o chamado “efeito rebote”, tornando a dor da enxaqueca mais intensa e frequente. Além disso, alguns alimentos podem funcionar como gatilhos, entre eles chocolates, queijos maturados, embutidos, frutas cítricas, alimentos gordurosos e produtos com glutamato monossódico (GMS).
Esse composto está presente em molhos industrializados (como shoyu, ketchup, mostarda e molho inglês), alimentos processados (sopas enlatadas, refeições congeladas e molhos prontos para salada), salgadinhos, bolachas e carnes processadas (como bacon, linguiça e salame), além de hambúrgueres industrializados.
O ideal é observar o próprio corpo e identificar quais desses itens podem desencadear as crises.
As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.