Siga o Olhar Digital no Google Discover
Em julho, uma aposentada de 62 anos no Distrito-Federal acreditava estar se envolvendo virtualmente com um homem que dizia trabalhar no Alasca e que tinha uma filha com câncer. Segundo o G1, ela chegou a transferir cerca de R$ 50 mil antes de descobrir que tudo não passava de golpe.
Ofertas
Por: R$ 26,90
Por: R$ 49,80
Por: R$ 194,99
Por: R$ 28,31
Por: R$ 499,90
Por: R$ 144,90
Por: R$ 412,69
Por: R$ 592,00
Por: R$ 3.598,94
Por: R$ 5.610,00
Por: R$ 499,00
Por: R$ 369,00
Por: R$ 1.616,02
Por: R$ 2.999,00
Por: R$ 1.888,99
Por: R$ 3.099,00
Por: R$ 199,00
Por: R$ 166,19
Por: R$ 588,90
Por: R$ 139,99
Por: R$ 473,00
Já no início deste ano, na França, uma mulher descobriu que “namorava” Brad Pitt (ou ao menos, um perfil que usava a imagem dele) e perdeu cerca de R$ 5 milhões para um golpista que utilizava imagens criadas por inteligência artificial.
Os casos evidenciam que o chamado “golpe do amor” não é apenas um fenômeno isolado. Pelo contrário, ele permanece ativo, adaptando-se às novas tecnologias.

Mas isso significa que o crime acabou ou mudou de formato? A seguir: o que os números mais recentes revelam, como os golpistas se reinventaram e o que você precisa saber para não virar a próxima vítima.
Leia mais:
- Golpe do nude faz extorsão de vítimas na internet; saiba como funciona
- Golpes envolvendo celebridades; entenda como funciona
- Tempo do saber: espião do WhatsApp é legal e confiável ou é golpe?
O que é o golpe do amor?
O nome pode soar romântico, mas o “golpe do amor” está longe de ter final feliz. Ele é o termo usado para descrever a estratégia em que criminosos fingem interesse afetivo – seja em aplicativos de namoro, redes sociais ou até mensagens privadas – para enganar e extorquir vítimas emocional ou financeiramente.
Na prática, o golpe pode assumir duas formas principais: a versão virtual ou a presencial. Entenda as diferenças a seguir!
A versão virtual (ou “estelionato amoroso”)
É o caso mais comum, e também o tipo que atingiu a aposentada de 62 anos do Distrito Federal e a francesa que acreditava namorar Brad Pitt.

Aqui, o criminoso constrói uma relação falsa, com longas conversas, fotos e juras de amor até convencer a vítima a transferir dinheiro para resolver algum “problema urgente”.
Em geral, o criminoso diz precisar de ajuda para pagar uma cirurgia, liberar uma encomenda, comprar passagens ou custear uma emergência familiar. Nesse tipo de golpe, não há sequestro, mas há manipulação emocional.
A versão presencial (que inclui sequestro)
Em São Paulo, o termo ganhou outro significado. Ele costuma se referir a encontros combinados por aplicativos de namoro que terminam em sequestro-relâmpago.
O perfil falso atrai a vítima para um local isolado, onde comparsas a rendem e a obrigam a fazer transferências via PIX, saques ou entregas de senhas bancárias.
Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), na capital houve uma redução de aproximadamente 54% dos registros em 2023 em relação a 2022 — e, entre janeiro e junho de 2024, foram contabilizados apenas dois casos oficialmente.
Em comum, os dois tipos exploram o mesmo ponto fraco: a confiança e a esperança de viver uma história de amor. E é justamente isso que torna o golpe tão perigoso: ele mistura emoção com tecnologia, o que dificulta perceber os sinais de alerta a tempo.

Como se proteger do golpe do amor
Embora cada caso tenha suas particularidades, existem sinais de alerta que costumam se repetir – tanto nos relacionamentos que começam pela internet quanto nos encontros presenciais. Saber reconhecê-los é o primeiro passo para evitar prejuízos emocionais e financeiros.
Quando o relacionamento é virtual
- Desconfie de histórias muito trágicas ou emocionais. Golpistas costumam usar situações de emergência (doença, herança e carga presa no exterior) para justificar pedidos de dinheiro.
- Nunca envie dinheiro ou dados bancários. Nenhuma relação legítima começa com transferências ou PIX.
- Verifique a identidade. Faça uma busca reversa de imagem (no Google ou Google Lens) e veja se as fotos aparecem em outros perfis.
- Converse por vídeo antes de se envolver. Se a pessoa sempre recusa chamadas de vídeo, é um forte sinal de alerta.
- Desconfie de perfis muito “perfeitos”. Muitos criminosos usam fotos de modelos, militares estrangeiros ou celebridades. E, atualmente, com a criação de imagens com a inteligência artificial ficou ainda mais fácil se passar por outra pessoa.

Quando o encontro é presencial
- Marque encontros apenas em locais públicos e movimentados. Evite lugares isolados ou pouco conhecidos.
- Avise um amigo ou familiar. Compartilhe a localização em tempo real e combine um horário para mandar notícias.
- Não aceite caronas nem mudanças de local de última hora. Esse é um dos truques mais comuns das quadrilhas.
- Fique atento a comportamentos suspeitos. Se algo parecer estranho, saia imediatamente e acione o 190.
- Evite expor sua rotina nos apps. Informações como endereço, carro, profissão ou lugares que frequenta facilitam a ação de golpistas.
Se perceber que caiu em um golpe, não apague as conversas nem as provas: prints, áudios e mensagens podem ajudar na investigação. Procure imediatamente a delegacia mais próxima ou registre um boletim de ocorrência eletrônico. Nos casos com ameaça, sequestro ou violência, ligue para a Polícia Militar no 190.