Novo solvente aprimora reciclagem de tecidos de poliéster e algodão

Processo separa fibras em minutos, sem danos aos materiais, e pode transformar o destino de resíduos têxteis
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 27/11/2025 23h30
Roupas penduradas
Novidade pode ajudar a enfrentar um dos maiores desafios da reciclagem de tecidos (Imagem: Juliya Shangarey/Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Pesquisadores da Universidade Técnica de Viena (Áustria) desenvolveram um solvente capaz de separar, de forma rápida e eficiente, dois materiais amplamente usados na indústria têxtil: poliéster e algodão.

A novidade pode ajudar a enfrentar um dos maiores desafios da reciclagem de tecidos, já que a maior parte do que chamamos de “poliéster” é, na verdade, uma combinação desses dois componentes, difícil de reutilizar por métodos tradicionais.

Pesquisadora Nika Depope testando o solvente em um tecido (Imagem: Universidade Técnica de Viena)

Como funciona a separação de poliéster e algodão

  • A solução criada pela doutoranda Nika Depope e pelo Dr. Andreas Bartl, em parceria com outros colegas, é composta por mentol e ácido benzoico.
  • Embora ambos sejam sólidos à temperatura ambiente, quando aquecidos a 216 °C formam um “solvente eutético profundo”.
  • Nesse estado, são capazes de decompor amostras de tecido misto em apenas cinco minutos.
  • Durante o processo, o poliéster se dissolve completamente, enquanto o algodão permanece intacto.
  • Após a separação, as fibras de algodão podem ser lavadas, secas e reutilizadas.
  • Já o poliéster volta a precipitar quando o líquido esfria, permitindo sua recuperação quase total.
  • Em testes de laboratório, foi possível recuperar até 100% do algodão e 97% do poliéster.

Leia mais:

Solvente especial dissolve o poliéster sem afetar o algodão e recupera mais de 90% dos materiais (Imagem: anna.spoka/Shutterstock)

Resultados e próximos passos

Segundo Bartl, um ponto decisivo do método é que “nem o algodão, nem o poliéster são danificados ou alterados quimicamente”, garantindo que ambos conservem suas propriedades originais. O grupo também afirma que as fibras recuperadas podem ser transformadas novamente em fios.

Os cientistas agora buscam reduzir o consumo de energia do processo, especialmente a temperatura necessária para ativar o solvente.

O estudo foi publicado recentemente na revista Waste Management.

Nova tecnologia isola poliéster e algodão e aumenta eficiência da reciclagem têxtil (Imagem: bezikus/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.