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Acordar cedo é um desafio comum, mesmo para quem mantém uma rotina de sono regular. Nessas horas, o despertador costuma ser o aliado indispensável. Ainda assim, muitas pessoas abrem os olhos poucos minutos antes do alarme tocar, como se o corpo antecipasse o momento exato de despertar.
Esse comportamento não é coincidência: ele está ligado ao ritmo circadiano, o relógio biológico que regula diversas funções essenciais do organismo. Neste artigo vamos explicar o que é. Acompanhe!
O que é o ritmo circadiano

O ritmo circadiano é um ciclo biológico de aproximadamente 24 horas responsável por regular processos essenciais, como sono, temperatura corporal, digestão, liberação de hormônios e renovação celular. Ele está presente em humanos, animais, plantas e diversos outros organismos.
Esse ciclo responde a fatores ambientais, principalmente à luz, mas também funciona de maneira independente por meio de mecanismos internos chamados relógios circadianos.

Como funciona o ritmo circadiano
O principal regulador circadiano no corpo humano é o núcleo supraquiasmático, uma região do hipotálamo que recebe informações da retina sobre a luminosidade do ambiente. Quando a luz diminui, o cérebro aumenta a produção de melatonina, hormônio que induz o sono.
Quando o dia clareia, a produção é interrompida e o corpo ativa funções ligadas ao estado de vigília, como elevação da temperatura corporal, da pressão arterial e da frequência cardíaca. Além da luz, fatores externos como alimentação, estresse e atividade física influenciam o ritmo circadiano e podem ajustá-lo ou desregulá-lo.

A importância do ritmo circadiano para o organismo
O ciclo circadiano organiza o momento ideal para dormir e acordar, garantindo descanso adequado e disposição ao longo do dia. Também coordena funções metabólicas, melhora a digestão, otimiza o gasto energético e orienta processos celulares. Quando está equilibrado, contribui para o bom funcionamento do corpo e para a manutenção da saúde física e cognitiva.
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O que acontece quando o ritmo se desregula

Quando o ritmo interno não se alinha ao ciclo natural de luz e escuridão, surgem distúrbios circadianos. Isso é comum em pessoas que trabalham à noite, enfrentam jet lag ou têm rotinas instáveis. A desregulação pode afetar o sono, reduzir a concentração, enfraquecer a imunidade e comprometer funções metabólicas importantes.
Por que usamos despertador
O despertador continua necessário porque vivemos em uma sociedade que exige horários específicos para trabalhar, estudar e cumprir compromissos. Em centros urbanos, desequilíbrios no sono são comuns.
Segundo a Fiocruz, 72% dos brasileiros relatam problemas relacionados ao sono, incluindo insônia. Isso corresponde a cerca de 146 milhões de pessoas. Nesse cenário, o despertador se torna uma ferramenta indispensável para evitar atrasos e manter a rotina.

Para quem dorme bem, especialistas defendem que o alarme deveria ser dispensável. Alan Luiz Eckeli, professor de Neurologia e Medicina do Sono da USP, afirma que o melhor despertador é o próprio corpo.
Para acordar naturalmente, é necessário respeitar o relógio biológico e garantir as horas de sono adequadas. Quando alguém depende do alarme para se levantar com dificuldade, o corpo indica que ainda gostaria de dormir, sinal claro de que o descanso foi insuficiente.
Ritmo circadiano além dos humanos

O ritmo circadiano também aparece em plantas, que utilizam ciclos de iluminação e escuro para regular crescimento, abertura de folhas e resposta ao fotoperíodo. O processo ocorre por meio de proteínas específicas, que se alternam entre si ao longo do dia. Fotorreceptores ajustam o relógio interno conforme a luz ambiente.
No mundo animal, o ritmo circadiano influencia hábitos de migração e navegação. As borboletas-monarca, por exemplo, utilizam suas antenas como bússola solar durante longas viagens.