Ecossistema urbano em Osaka mostra agricultura sustentável

Cúpula futurista em Osaka demonstra agricultura sustentável em circuito fechado, produzindo alimentos em espaços urbanos de forma eficiente
Por Valdir Antonelli, editado por Rodrigo Mozelli 04/12/2025 22h30
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Espaço impressiona quem o visita (Imagem: Divulgação/Osaka Healthcare Pavilion)
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Um ecossistema autossuficiente, chamado “Fonte da Vida”, impressionou visitantes da Expo 2025 Osaka-Kansai, em Osaka (Japão), ao mostrar como alimentos podem ser cultivados em pequenas áreas urbanas usando recursos naturais. O projeto combina plantas e peixes em um circuito fechado, oferecendo uma visão de como a agricultura sustentável pode funcionar em telhados e espaços limitados.

Inspirada em estufas tradicionais, a cúpula aproveita a luz solar e os nutrientes provenientes dos peixes para irrigar plantas e flores, criando um sistema quase sem resíduos. A ideia é mostrar como cidades do futuro poderiam cultivar alimentos de maneira eficiente e sustentável.

A cúpula “Fonte da Vida” mostra como cultivar alimentos em áreas urbanas usando plantas e peixes em ciclo fechado.
Cúpula “Fonte da Vida” mostra como cultivar alimentos em áreas urbanas usando plantas e peixes em ciclo fechado (Imagem: Divulgação/Osaka Healthcare Pavilion)

Um ecossistema autossuficiente em detalhes

Conhecida como Inochi no Izumi (いのちの湧水, em japonês), a cúpula mede 6,4 metros de altura e 7 metros de diâmetro, com 128 m² de superfície coberta por painéis transparentes de ETFE. A estrutura, apoiada em 245 vigas de aço e 76 juntas, pesa 2.111 kg, comenta o New Atlas.

Seu interior abriga quatro zonas de água diferentes – do mar, salobra e duas de água doce – que sustentam espécies aquáticas adaptadas a cada ambiente. Peixes e crustáceos produzem resíduos ricos em amônia, que são transformados em nitratos e servem como nutrientes para as plantas acima.

Quatro zonas de água – mar, salobra e duas de água doce – sustentam espécies aquáticas adaptadas a cada ambiente.
Quatro zonas de água – mar, salobra e duas de água doce – sustentam espécies aquáticas adaptadas a cada ambiente (Imagem: Divulgação/Osaka Healthcare Pavilion)

Plantas e peixes em perfeita harmonia

O sistema vertical organiza diferentes plantas em camadas, aproveitando a água rica em nutrientes de cada tanque:

  • Tanque de água do mar: Halófitas, uvas-do-mar, salicórnia e aspargos-do-mar.
  • Tanque salobro: Vegetais semitolerantes ao sal, como tomates.
  • Tanque de água doce 1: Verduras funcionais, como alface e ervas, irrigadas por esturjões.
  • Tanque de água doce 2: Flores comestíveis, incluindo capuchinha, buganvília e calêndula.

A água circula continuamente, garantindo irrigação e purificação, enquanto os leitos podem ser girados horizontalmente para otimizar o crescimento.

Em cidades densas ou regiões com pouca terra, sistemas autossuficientes garantem produção estável e quase sem resíduos.
Em cidades densas ou regiões com pouca terra, sistemas autossuficientes garantem produção estável e quase sem resíduos (Imagem: Divulgação/Osaka Healthcare Pavilion)

Sustentabilidade e futuro da agricultura urbana

Desenvolvida em parceria com universidades japonesas, a cúpula demonstra como sistemas compactos podem produzir alimentos em ambientes urbanos e regiões com pouca terra. Além disso, propõe um modelo de agricultura resiliente, eficiente e quase livre de resíduos.

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Segundo os especialistas envolvidos, essa abordagem mostra que a agricultura sustentável nem sempre exige tecnologias complexas, mas, sim, um conhecimento profundo de ecologia e do ciclo natural dos nutrientes. Para cidades densas e áreas propensas a desastres, sistemas como este podem oferecer uma produção estável e descentralizada, independentemente da qualidade do solo ou da disponibilidade de água.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.