Nebulosa da Borboleta: nova imagem revela detalhes inéditos

Registro revela detalhes inéditos das asas brilhantes da estrutura
Rodrigo Mozelli04/12/2025 22h07
Três imagens da Nebulosa da Borboleta
Três imagens da Nebulosa da Borboleta: uma visão óptica e infravermelha próxima do Telescópio Espacial Hubble (esquerda e meio) e a imagem mais recente do Webb/ALMA (Imagem: ESA/Webb, NASA e CSA, M. Matsuura, J. Kastner, K. Noll, ALMA [ESO/NAOJ/NRAO], N. Hirano, J. Kastner, M. Zamani [ESA/Webb])
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A Nebulosa da Borboleta voltou a surpreender a comunidade científica com uma nova imagem capturada pelo telescópio Gemini Sul, instalado no Cerro Pachón, no Chile. O registro, que revela detalhes inéditos das asas brilhantes da estrutura, celebra os 25 anos do Observatório Internacional Gemini e foi escolhido por estudantes chilenos.

Segundo o Observatório Internacional Gemini, a Nebulosa da Borboleta — também chamada de NGC 6302 — é uma das formações mais complexas já observadas na Via Láctea. Localizada na constelação de Escorpião, ela está entre 2,5 mil e 3,8 mil anos-luz de distância da Terra.

Imagem da nebulosa da borboleta
Para celebrar os 25 anos da conclusão do Observatório Internacional Gemini, estudantes no Chile votaram para que o telescópio Gemini Sul fotografasse a chamada “nebulosa da borboleta” (Imagem: Gemini South)

O que é a Nebulosa da Borboleta e por que ela tanto nos fascina?

  • A NGC 6302 é uma nebulosa planetária bipolar, formada quando uma estrela gigante vermelha começou a expulsar suas camadas externas de gás;
  • Esse material se espalhou pelo Espaço e adquiriu a forma que lembra duas asas abertas;
  • A nebulosa também é conhecida como Nebulosa do Inseto ou Caldwell 69;
  • O crédito mais aceito pela descoberta do objeto vai para o astrônomo estadunidense Edward E. Barnard, que estudou a nebulosa em 1907. No entanto, registros antigos sugerem que o escocês James Dunlop pode tê-la observado já em 1826.

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Imagem da Nebulosa da Borboleta feita pelo Telescópio Espacial Hubble
Imagem da Nebulosa da Borboleta feita pelo Telescópio Espacial Hubble (Imagem: NASA/ESA/Equipe Hubble SM4 ERO)

A estrutura atual é resultado de um processo intenso no fim da vida da estrela original. Como explica o comunicado do Observatório Internacional Gemini: “Antes de se tornar uma anã branca, a estrela era uma gigante vermelha com um diâmetro cerca de mil vezes maior que o do Sol“.

O núcleo remanescente é uma anã branca extremamente quente, com temperatura acima de 250 mil ºC, o que a coloca entre as estrelas mais quentes já identificadas no Universo.

Transformação permanente

As asas da nebulosa seguem em transformação. Elas continuam sendo moldadas por ventos supersônicos que atravessam o gás a mais de três milhões de quilômetros por hora. “A interação entre gases lentos e rápidos esculpiu as asas em vastas paisagens de cristas nebulosas e pilares”, afirma o comunicado.

Versão anotada da imagem da Nebulosa da Borboleta do JWST
Versão anotada da imagem da Nebulosa da Borboleta do telescópio James Webb (Imagem: ESA/Webb/NASA & CSA/M. Matsuura/ALMA [ESO/NAOJ/NRAO]/ N. Hirano e M. Zamani [ESA/Webb]).

As cores intensas da nova imagem também revelam a composição do objeto: regiões vermelhas indicam hidrogênio energizado, enquanto áreas azuladas representam oxigênio energizado.

O registro integra o NOIRLab Legacy Imaging Program, iniciativa que busca produzir imagens científicas em alta resolução para serem compartilhadas com o público.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.