Correr pode rejuvenescer o cérebro, indica novo estudo

Pesquisa com roedores mostrou que exercício aumenta dopamina e melhora coordenação até em animais de meia-idade
Leandro Costa Criscuolo10/12/2025 05h50
corridas
Imagem: Studio Romantic/Shutterstock
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Um novo estudo conduzido por pesquisadores do NYU Langone Health mostra que correr pode impulsionar substâncias químicas cerebrais ligadas ao movimento, à agilidade e à velocidade — mesmo em animais de meia-idade.

Os autores afirmam que o exercício aeróbico ajuda a restaurar a fluidez dos movimentos, frequentemente perdida com o envelhecimento em humanos e outros mamíferos. As descobertas foram publicadas na revista npj Parkinson’s Disease.

Cérebro de humanos na faixa dos 50 anos pode colher benefícios da dopamina que é liberada na corrida (Imagem: Alexander Sikov/iStock)

Efeitos do exercício no cérebro que envelhece

  • A investigação analisou como a corrida voluntária em roedores pode influenciar a liberação de dopamina, neurotransmissor essencial para a motivação, a memória e o controle motor.
  • Trabalhos anteriores já haviam mostrado esse efeito em animais jovens, mas a nova pesquisa revela que ratos de 12 meses — equivalentes a humanos na faixa dos 50 anos — apresentam aumentos iguais ou até superiores na dopamina após um mês de atividade física.
  • Esses animais também se moviam com mais velocidade e destreza ao descer postes ou percorrer arenas, superando ratos sedentários da mesma idade.
  • Como a força de preensão permaneceu inalterada, os cientistas concluíram que o ganho de desempenho veio de melhorias na coordenação, e não no fortalecimento muscular.

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Pesquisadores observam aumento de 50% na dopamina e ganhos expressivos de coordenação – Maratona. Créditos: Pavel1964/Shutterstock

Implicações para Parkinson e novas terapias

A equipe também observou que ratos ativos liberavam cerca de 50% mais dopamina que os sedentários, tanto machos quanto fêmeas, mesmo que elas corressem o dobro. Segundo os autores, isso sugere que existe um “ponto ideal” de exercício acima do qual o benefício não aumenta.

Para a autora sênior, Margaret Rice, os resultados reforçam evidências de que o exercício melhora movimento, humor e memória — funções prejudicadas na doença de Parkinson.

A equipe planeja repetir o experimento em modelos animais da doença e afirma que estudos em humanos serão essenciais para entender como a dopamina induzida pelo exercício pode auxiliar no tratamento.

Pessoa segurando seu pulso direito com a mão esquerda; na mão direita, há um copo quase cheio de água
Aumento de dopamina ajuda a restaurar mobilidade e pode orientar tratamentos contra Parkinson. (Imagem: Creative Cat Studio/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.