YouTube rompe com a Billboard após mudança em fórmula das paradas

YouTube protesta contra nova regra que privilegia assinaturas, alegando que ela não reflete como os fãs consomem música hoje
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 17/12/2025 21h48
Placa com o logo do YouTube
Segundo empresa, não é necessário saber programação (Imagem: Alex Yeung/Shutterstock)
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O YouTube anunciou que deixará de fornecer seus dados musicais à Billboard nos Estados Unidos, em resposta a mudanças recentes na metodologia usada para calcular as paradas musicais.

A decisão marca um novo capítulo na disputa sobre como medir o sucesso da música na era do streaming — e sobre quanto vale cada tipo de reprodução.

Mudança na metodologia da Billboard reacende debate sobre o valor de streams pagos e gratuitos – Imagem: Robert Way/Shutterstock

A Billboard alterou sua fórmula para dar ainda mais peso ao streaming pago e sob demanda em relação ao streaming gratuito com anúncios.

Segundo a empresa, o ajuste reflete melhor o crescimento da receita gerada por assinaturas e as mudanças no comportamento dos consumidores, em um mercado no qual o streaming já responde por 84% da receita da indústria fonográfica americana.

Leia mais:

A disputa sobre o valor do streaming

  • O YouTube discorda do princípio por trás da mudança. Para a plataforma, diferenciar excessivamente streams pagos e gratuitos ignora a forma como grande parte do público consome música hoje.
  • Em uma postagem no blog, a empresa afirmou que a Billboard utiliza uma fórmula “desatualizada” e defendeu que todas as reproduções deveriam contar de maneira igual.
  • A partir das paradas publicadas em 17 de janeiro de 2026, a Billboard passará a exigir menos reproduções para que um álbum contabilize uma unidade nas paradas.
  • Com a nova regra, serão necessárias 2.500 reproduções com anúncios ou 1.000 reproduções pagas para equivaler a uma unidade de álbum — uma proporção de 2,5 para 1 a favor do streaming por assinatura.
Logo do YouTube em um smartphone na horizontal
YouTube protesta contra nova regra que privilegia assinaturas (Imagem: FotoField/Shutterstock)

Impactos e estratégia de negociação

Embora a diferença entre streams pagos e gratuitos tenha diminuído em relação ao modelo anterior, o YouTube considera a mudança insuficiente. Em protesto, a empresa anunciou que interromperá o envio de dados à Billboard após 16 de janeiro de 2026.

Na prática, isso significa que visualizações no YouTube deixarão de influenciar rankings importantes, como a Billboard 200 e a Hot 100.

A decisão pode afetar artistas e gravadoras, mas também representa um risco para a própria plataforma. Por isso, o movimento é visto no setor mais como uma tática de negociação do que como um rompimento definitivo.

Billboard muda cálculo, e YouTube reage deixando rankings musicais – Imagem: II.studio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.