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O YouTube anunciou que deixará de fornecer seus dados musicais à Billboard nos Estados Unidos, em resposta a mudanças recentes na metodologia usada para calcular as paradas musicais.
A decisão marca um novo capítulo na disputa sobre como medir o sucesso da música na era do streaming — e sobre quanto vale cada tipo de reprodução.

A Billboard alterou sua fórmula para dar ainda mais peso ao streaming pago e sob demanda em relação ao streaming gratuito com anúncios.
Segundo a empresa, o ajuste reflete melhor o crescimento da receita gerada por assinaturas e as mudanças no comportamento dos consumidores, em um mercado no qual o streaming já responde por 84% da receita da indústria fonográfica americana.
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A disputa sobre o valor do streaming
- O YouTube discorda do princípio por trás da mudança. Para a plataforma, diferenciar excessivamente streams pagos e gratuitos ignora a forma como grande parte do público consome música hoje.
- Em uma postagem no blog, a empresa afirmou que a Billboard utiliza uma fórmula “desatualizada” e defendeu que todas as reproduções deveriam contar de maneira igual.
- A partir das paradas publicadas em 17 de janeiro de 2026, a Billboard passará a exigir menos reproduções para que um álbum contabilize uma unidade nas paradas.
- Com a nova regra, serão necessárias 2.500 reproduções com anúncios ou 1.000 reproduções pagas para equivaler a uma unidade de álbum — uma proporção de 2,5 para 1 a favor do streaming por assinatura.

Impactos e estratégia de negociação
Embora a diferença entre streams pagos e gratuitos tenha diminuído em relação ao modelo anterior, o YouTube considera a mudança insuficiente. Em protesto, a empresa anunciou que interromperá o envio de dados à Billboard após 16 de janeiro de 2026.
Na prática, isso significa que visualizações no YouTube deixarão de influenciar rankings importantes, como a Billboard 200 e a Hot 100.
A decisão pode afetar artistas e gravadoras, mas também representa um risco para a própria plataforma. Por isso, o movimento é visto no setor mais como uma tática de negociação do que como um rompimento definitivo.
