Um grupo de cientistas quer desmistificar a ideia de que um meteoro colidindo contra à Terra acabaria totalmente com a vida no mundo. Isto porque, segundo estudo desenvolvido por pesquisadores das universidades de Edimburgo, Georgetown, Sul da Califórnia e Western University, as crateras que se formariam com o impacto podem, na verdade, ter gerado a vida como conhecemos.

A pesquisa teve como objetivo produzir um roteiro sobre os efeitos dos impactos de meteoros massivos. Na Terra, não presenciamos grandes meteoros que pudessem resultar em impactos irreversíveis no planeta, a não ser o ocorrido há cerca de 66 milhões de anos que extinguiu os dinossauros.

De qualquer forma, Gordon Osinski, um dos autores do estudo e diretor do Instituto de Exploração Terrestre e Espacial da Western University, acredita que as crateras formadas na colisão poderiam criar não apenas vida, mas o habitat ideal para o seu desenvolvimento. “Elas essencialmente criam um oásis para a vida”, disse.

Tudo começa no enorme buraco que se formaria com a queda do corpo celeste. No momento do impacto, a destruição poderia ser grande, mas segundo as pesquisas dos cientistas, um lago se formaria, nesta mesma cratera, tempos depois do acidente. A água e todo o ambiente, com nutrientes e sedimentos, ofereceriam o ecossistema perfeito para o aparecimento de vida microbiana.

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Significado do estudo

Diante do exposto, pode-se perceber a importância do estudo, pois a origem de vida no planeta poderia ser desvendada, bem como o reforço da existência de vida em outras partes do universo. Um exemplo de planeta que se encaixaria perfeitamente na teoria por possuir crateras de meteoros é Marte. Inclusive, atualmente o rover Perseverance está em missão para justamente procurar mais evidências de vida no planeta vermelho. “Existem outras crateras de impacto em Marte, que podem ser melhores exploradas com essas ideias em mente”, destacou Osinski.

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Na mesma linha da pesquisa, crateras em Marte podem significar formas de vida. Créditos: Pike-28/Shutterstock

Ainda segundo a pesquisa, até a Lua poderia ser uma candidata para o desenvolvimento de vida a partir de crateras de meteoros.

Os estudos continuam e o grupo deve prosseguir nas investigações. Mesmo assim, não é uma novidade que ainda levará muito tempo para que alguma pesquisa chegue a uma conclusão totalmente assertiva sobre a origem da vida ou vida em outros planetas. Mas, para Gordon Osinski, uma coisa é certa: agências como a Nasa e ESA devem dar mais atenção e se debruçar ainda mais quando o assunto for meteoros e crateras.

Via: Futurism/The Weather Network