Uma poderosa erupção no cometa criovulcânico 29P/Schwassmann-Wachmann foi relatada pela Associação Astronômica Britânica (BAA). Com a explosão, o objeto chegou a brilhar 15 vezes mais do que o normal, enquanto ejetava criomagma para o espaço.

Este tipo incomum de atividade vulcânica é conhecido como criovulcanismo, ou “vulcanismo frio”. Com o tempo, a radiação emitida pelo Sol pode fazer com que os elementos interiores gelados dos cometas sublimem, ou seja, passem do estado sólido para gás, o que gera um acúmulo de pressão sob a crosta.

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O cometa 29P é uma bola de gelo de 60 km de largura (muito maior do que um cometa típico) presa em uma órbita semelhante à de um planeta entre Júpiter e Saturno. Ele contém gêiseres de gelo que entram em erupção cerca de 20 vezes por ano. As plumas resultantes do criomagma contêm uma mistura fria de hidrocarbonetos líquidos, poeira e gases dissolvidos, como nitrogênio (N2) e monóxido de carbono (CO).

Imagem composta registra o pico logo após a explosão do cometa 29P e nos dois dias seguintes, quando o coma começa a emergir. Uma montagem de três dias capturada com o iTelescope T72. Crédito: Eliot Herman via Spaceweather.com

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Novas explosões fortes são esperadas no cometa 29P

Ocorrida no último domingo (24), a explosão mais recente foi relativamente grande. Em um golpe de sorte, Mark Phillips, da Sociedade Astronômica de Edimburgo, estava observando o cometa quando a explosão ocorreu. Sua fotometria rápida capturou os estágios iniciais do evento, resultando em uma curva de luz excepcionalmente completa.

“Essa curva de luz (junto com exemplos de erupções anteriores) demonstra que a fase ativa em que o material é ejetado para o espaço dura apenas alguns minutos antes de se desligar completamente”, disse Miles à plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, afirmando que isso se encaixa no modelo criovulcânico das explosões do 29P. “Novas explosões fortes são esperadas”.

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Atualmente na constelação de Câncer, esse cometa é visível com a ajuda de um telescópio com abertura de 10 polegadas (250mm) ou mais, devido à sua magnitude. Para saber a posição exata do objeto, acesse este gráfico interativo do céu disponibilizado pela plataforma The Sky Live.