Há décadas, cientistas estudam as possíveis ligações de Stonehenge com o Sol e a Lua. Especificamente, se o monumento localizado na Inglaterra se alinha com as posições de nossa estrela e de nosso satélite natural, respectivamente.

O English Heritage e especialistas vêm estudando a conexão entre Stonehenge e um raro evento lunar, chamado paralisação lunar (ou lunistício), que acontece a cada 18,6 anos – e o melhor: ele ocorrerá entre este ano e janeiro de 2025.

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Relação entre Stonehenge e a Lua

  • Segundo a BBC, o termo se refere ao ponto no qual o nascer e o pôr da Lua estão mais distantes ao longo do horizonte;
  • A teoria dos cientistas é tais movimentos lunares podem ter sido notados no início de Stonehenge e deixado de ter influência na última alteração em seu design;
  • Devido a grandes lunistícios ocorrendo com relativa baixa frequência, os acadêmicos estão aproveitando a chance de estudá-los;
  • A English Heritage trabalha com as universidades de Oxford, Leicester e Bournemouth, além da Sociedade Real Astronômica da Inglaterra.

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Imagem: Skylines/Shutterstock

Também é possível, conforme o The Guardian, que quatro “pedras da estação” formando retângulo no local (apenas duas estão de pé) possam ter sido posicionadas de forma a marcar a principal paralisação lunar.

Clive Ruggles, professor emérito de arqueoastronomia na Universidade de Leicester, disse que “as pedras da estação se alinham com as posições extremas da Lua, e os pesquisadores debatem há anos se isso é proposital e – caso seja – como conseguiram este feito e qual seria seu propósito”.

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O Dr. Fabio Silva, da Universidade de Bournemouth, destacou a importância do lunistício que está por vir.

“Podemos estar falando de um evento geracional que as pessoas poderão vir assistir em Wiltshire. Nunca conseguiremos provar, mas, quanto maior o entendimento que conseguirmos acerca da relação destes monumentos e a Lua, mais forte será o argumento”.

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Palestrantes e estudantes da Universidade de Bournemouth documentarão os movimentos lunares e sua relação com Stonehenge.

Além da presença de pessoas no local, a English Heritage planeja transmitir o nascer da Lua no extremo sul e receber vários eventos durante a época do lunistício, incluindo palestras e discussões, um planetário “pop-up”, observação de estrelas e sessões de contação de histórias, além de nova exposição no espaço expositivo.

“Ela está subindo mais para o norte do que antes e, quinte dias depois, subirá mais ao sul. Acreditamos que lugares, como Stonehenge, podem ter se alinhado com a Lua quando ela faz estes movimentos. Ela vai adicionar nuance muito mais diversa às respostas que já temos”, completou Silva.

Ruggles afirmou que o alinhamento de Stonehenge com o Sol no meio do verão e do inverno significa haver pequenas dúvidas sobre seu significado aos construtores do monumento inglês.

“Mas temos muito mais dúvidas sobre se há alguma conexão física entre o monumento e a Lua”, Ruggles pontuou.

As pessoas estão conscientes do ciclo de fases da Lua que remonta a dezenas de milhares de anos. O que penso que pode ter sido o caso em Stonehenge, e é isto que estamos interessados em explorar, é que por, volta da época de grande paralisação lunar, as pessoas notaram a Lua a nascer, ou a pôr-se anormalmente ao norte, ou ao sul, perceberam que isto era algo especial e passaram a venerar e, eventualmente, a monumentalizar as orientações em questão. Você pode imaginar os mais velhos relembrando época em que viram a Lua em direção sagrada e, então, uma geração depois, a admiração das pessoas ao começarem a ver isso novamente.

Clive Ruggles, professor emérito de arqueoastronomia na Universidade de Leicester, em entrevista ao The Guardian

Stonehenge visto de cima (Imagem: Shutterstock)

Por sua vez, Jennifer Wexler, historiadora de Stonehenge para a English Heritage, disse que “estamos entusiasmados por trabalhar com equipe brilhante de arqueoastrônomos para explorar a fascinante ligação entre Stonehenge e a grande paralisação lunar. Esta oportunidade nos permite aprofundar os antigos mistérios do monumento e sua relação com os fenômenos celestes”.

Já Amanda Chadburn, arqueologista e membro do Kellogg College da Universidade de Oxford, pontuou o seguinte: “Observar esta ligação em primeira mão em 2024 e 2025 é crucial. Rastrear os extremos da Lua não é simples, exigindo tempo e condições climáticas específicas. Queremos compreender um pouco como foi experienciar estes extremos do nascer e do pôr da Lua e testemunhar seus efeitos visuais nas pedras, como, por exemplo, padrões de luz e sombra.”