Há alguns dias, já vem sendo possível notar a ausência de Júpiter na paisagem celeste noturna. Desde a última semana, por exemplo, o gigante gasoso só é visto durante alguns minutos após o pôr do Sol, já bem perto da linha do horizonte. 

Ele está se aproximando de um momento chamado pelos astrônomos de conjunção solar, a partir do qual vai “desaparecer” por completo do céu noturno, mergulhando no brilho solar por algumas semanas.

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Durante sua aproximação máxima com o Sol, Júpiter vai estar a pouco mais de um grau de distância do astro, o que vai acontecer neste sábado (18) às 15h34 (pelo horário de Brasília) – de acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org.

Configuração do céu no momento da conjunção solar de Júpiter neste sábado (18). Crédito: SolarSystemScope

De acordo com Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, isso ocorre uma vez em cada ciclo sinodal do planeta, que é o período necessário para um corpo planetário chegar à mesma posição relativa ao Sol, quando observado a partir da Terra – que no caso de Júpiter é de 399 dias.

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“Júpiter deve reaparecer no céu no início de junho. No dia 4, deve estar em conjunção com Mercúrio no final da madrugada, em meio ao crepúsculo do nascer do Sol”, explica Zurita. “A partir daí, a cada noite, ele vai estar mais alto no céu, até sua próxima oposição, que será em 3 de novembro”.

Dois dias depois de sua aproximação máxima com o Sol, Júpiter passará pelo apogeu – seu ponto mais longe da Terra – atingindo uma distância de 6,03 Unidades Astronômicas (UA) do nosso planeta, ou seja, mais de seis vezes a distância entre nós e o Sol, que é de aproximadamente 150 milhões de km. Isso significa que ele estará a cerca de 904,5 milhões de km daqui.

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Júpiter já foi plano?

Recentemente, um estudo apresentou considerações muito curiosas sobre um passado bem achatado do nosso planeta (mas longe das teorias conspiratórias da “Terra Plana”). Bom, neste mesmo estudo, algo importante tem sido observado em relação a mundos não tão redondos logo nos primeiros momentos de formação.

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Tais insights fascinantes têm a ver com os gigantes gasosos. Os astrofísicos Adam Fenton e Dimitris Stamatellos, da Universidade de Central Lancashire, na Inglaterra, utilizaram simulações para mostrar que grandes mundos semelhantes a Júpiter não se formam como esferas organizadas, mas sim como discos achatados. Saiba mais aqui.