No decorrer de alguns dias deste mês, um imenso agrupamento de manchas solares designado AR3664 esteve voltado para a Terra. Durante esse período, foram produzidas diversas erupções solares nesta região, que chegou a medir mais de 15 vezes o tamanho do nosso planeta.

Entre essas erupções, merece destaque um evento classificado como X8.7, a maior tempestade solar do atual ciclo de atividades do Sol e a 17ª mais poderosa de todos os tempos.

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Como consequência, tivemos belíssimos espetáculos de auroras que se estenderam até pontos normalmente não atingidos por esses eventos – como, até mesmo, a fronteira sul do Brasil. Além disso, sinais de comunicação via rádio e de GPS foram interrompidos.

Aurora austral registrada em em Ushuaia, na Argentina, dia 12 de maio, deixando o céu noturno cor de rosa e vermelho em razão da tempestade geomagnética extrema. Crédito: Reprodução X (Twitter)

Agora, com a movimentação do Sol em torno de seu próprio eixo, bem como a dos planetas ao redor dele, o “monstro hiperativo” AR3664 já não está mais direcionado à Terra

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No entanto, um outro planeta passou a estar na mira desse “atirador de elite”. Na manhã de segunda-feira (20), uma forte explosão detectada no Sol pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO), da NASA, em conjunto com o Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria das agências espaciais americana e europeia, disparou uma ejeção de massa coronal (CME) em direção a Vênus – e os cientistas acreditam que ela se originou na mancha solar AR3664 ou na companheira AR3663. 

O ponto brilhando à direita da explosão solar é Vênus. Crédito: SDO/SOHO

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De acordo com um modelo da NASA, o jato de plasma solar atingirá diretamente Vênus nesta terça-feira (21), potencialmente removendo uma pequena quantidade da atmosfera daquele planeta, segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.

Crédito: NASA

Segundo o guia de observação astronômica EarthSky.org, Marte também está (mais ou menos) no lado distante do Sol. E o rover Perseverance tirou uma foto do astro, na qual podemos ver uma grande região de manchas solares que será voltada para a Terra nos próximos dias. 

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Imagem obtida pelo rover Perseverance, da NASA, em Marte, em 20 de maio de 2024. O registro mostra uma grande região ativa de manchas solares perto do horizonte sudoeste (inferior direito), que em breve será direcionada para a Terra pela rotação do sol. Crédito: NASA.

Será que vem aí mais uma semana de bombardeio solar no nosso planeta? Ainda não se sabe, mas, qualquer novidade a respeito, é claro, você fica sabendo aqui, no Olhar Digital.

Tempestade solar intensa foi sentida no fundo do oceano

A tempestade solar que encheu os céus da Terra com cortinas de luz cintilantes há alguns dias foi tão intensa que gerou impactos até no fundo do oceano

Bússolas magnéticas usadas pela Ocean Networks Canada (ONC) para monitorar o oceano na costa canadense registraram uma significativa distorção no campo magnético da Terra, devido a um enorme influxo de partículas ejetadas do Sol.

Essa medição não só enfatiza a força daquela tempestade solar ocorrida em 10 de maio, como também oferece dados valiosos por diversas razões. Saiba mais aqui.