Nesta terça-feira (18), estava prevista a votação do Projeto de Lei (PL) 2.338/2023, que regulamenta o uso da inteligência artificial (IA) no Brasil. Ele também é conhecido como Marco Legal da IA, mas teve sua votação adiada.

Durante a sessão, a Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA) do Senado apresentou substitutivo ao texto original. O PL inicial tem como autor o senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG) e tramitava com mais nove projetos que também visam controlar o uso da IA por aqui.

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Senado Federal adiou votação após mudança no texto (Imagem: Diego Grandi/Shutterstock)

O relator da comissão, Eduardo Gomes (PL/TO), afirmou que os projetos serão concentrados no texto substitutivo, a ser reanalisado pelos senadores. Agora, a votação ocorrerá após cinco audiências públicas sobre o tema na Comissão.

Mudanças do PL da IA

  • Entre as mudanças, estão a ideia de criação de Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA) e designa a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para coordenar o SIA;
  • Ele também incorpora regras de proteção ao trabalho e trabalhadores para mitigar os efeitos negativos da IA;
  • O texto substitutivo revisou, ainda, listagem de sistemas de alto risco, o que reduz sistemas de identificação biométrica de risco elevado;
  • Também estabelece medidas de incentivo a microempresas, empresas de pequeno porte e startups. Elas terão critérios diferentes, como acesso prioritário aos ambientes de testagem.

Nesse sentido, esse substitutivo foi impactado pelos avanços da discussão no Reino Unido [análise de impacto regulatório do Ministério da Ciência e Tecnologia] e pela Executive Order dos Estados Unidos acerca da matéria. Ambas privilegiam ecossistema regulatório que tem por finalidade precípua promover e garantir a cooperação entre as autoridades setoriais, mas com algum ponto de coordenação para evitar assimetrias que distorçam a livre iniciativas e a livre concorrência.

Senador Eduardo Gomes (PL/TO), relator da Comissão

Gomes ressaltou também que os canais de diálogo foram mantidos “permanentemente abertos para a construção coletiva dessa regulação”.

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Senador Eduardo Gomes (PL/TO) é o relador do PL da IA (Imagem: Senado Federal)

Pontos propostos pelo PL da IA

Veja, a seguir, alguns dos pontos abordados pelo PL da IA:

  • Criação da Política Nacional de Inteligência Artificial, para regular e supervisionar o uso da IA;
  • Regras específicas para uso de IA na publicidade ou ambiente jurídico;
  • Avaliação de todo sistema de IA de forma preliminar para se determinar grau de risco, podendo chegar a risco excessivo ou alto risco;
  • Desenvolvimento e implementação de ferramentas que respeitem os direitos humanos, valores democráticos, respeito às leis trabalhistas, entre outros fundamentos;
  • Novas IAs devem passar confiabilidade e robustez de seus sistemas e segurança da informação e dados dos usuários;
  • Responsabilização e reparação integral de danos gerados. Além disso, assumir riscos pelo uso feito das plataformas;
  • Promoção de inclusão digital para acesso às ferramentas e estímulo à pesquisa e desenvolvimento da tecnologia;
  • Formas de incentivar a educação e capacitação de profissionais em IA para minimizar o impacto da automação trazida pelas novas tecnologias;
  • Abertura de tratados internacionais de cooperação.