A Uber lançou hoje o “Uber Movement”, um site com dados sobre o fluxo de seus passageiros em diversas cidades do mundo. De acordo com a empresa, o principal intuito da ferramenta é auxiliar planejadores urbanos e engenheiros de tráfego a entender melhor como as pessoas se movem pelas cidades.

Para cada cidade, o site permite escolher uma origem e então mostra o tempo médio das viagens daquele lugar a cada outro ponto da cidade. Também é possível ver como esse tempo médio muda ao longo do dia, entre os horários de pico, e entre diferentes dias da semana. Com o tempo, também será possível entender como o tempo médio das viagens mudou ao longo dos meses e anos. O vídeo abaixo fala mais sobre a ferramenta:

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De acordo com o TechCrunch, esses devem ser os dados mais valiosos do site. Eles serão disponibilizados em formato CSV para que possam ser analisados de maneira mais fácil. Com isso, planejadores urbanos conseguirão entender como as pessoas que usam Uber estão se deslocando, e tomar atitudes de transporte público com esses dados. Ainda de acordo com o site, a empresa deve lançar em breve uma API para permitir a integração desses dados em outros sites e aplicativos. 

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Vendo todos os Ubers do mundo

As únicas cidades que estão disponíveis na plataforma por enquanto são Bogotá, Boston, Manila, Sydney e Washington D.C. O plano da empresa é expandir esse número para que mais cidades possam usar seus dados, e São Paulo é uma das que tem maior probabilidade de chegar em breve; afinal, trata-se da cidade com maior número de viagens de Uber no mundo

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Todos os dados de GPS que ficam disponíveis na plataforma são anônimos, o que significa que não é possível descobrir quais motoristas e passageiros estão fazendo cada um dos trajetos. Mesmo assim, o Engadget ressalta que a Uber precisará tomar muito cuidado com sua coleta de dados para não colocar o projeto em xeque. Recentemente, a empresa parou de rastrear os usuários após o fim das viagens justamente por preocupações desse tipo.

Fora isso, há também o risco de se planejar cidades com base exclusivamente nos deslocamentos feitos por Uber. Em São Paulo, por exemplo, a maior parte das viagens é feita em meios coletivos (39%, segundo o Plano de Mobilidade Urbana de 2015), de maneira que faria mais sentido privilegiar esses modais. Os dados da Uber, nesse caso, poderiam ser usado na criação de novas linhas de ônibus ou metrôs, por exemplo.