O impacto de asteroides em nosso planeta acabou com milhões de formas de vida na Terra – e isso não deve ser novidade para ninguém. Porém, estas grandes rochas espaciais não trazem apenas mortes e destruições. Um asteroide também pode ser fonte de vida e a causa de uma grande biodiversidade, segundo um estudo da Universidade de Lund, na Suécia, publicado no Science Advances.

O asteroide que extinguiu os dinossauros atingiu a península de Yucatán há 67 milhões, causando um impacto direto nos “habitantes” da Terra, uma chuva de vidro e a subsequente Era Glacial. Porém, este asteroide não se compara em tamanho com um muito importante para a história de nosso planeta há 470 milhões de anos, revelaram os cientistas.

Naquela época, 485 milhões de anos atrás, começava o período Ordoviciano na Terra, caracterizado por não ter seres vivos na superfície terrestre devido à falta de oxigênio. Porém, em algum momento ocorreu a Grande Evento de Biodiversificação do Ordoviciano (GOBE). De ali em diante, houve um nascimento massivo de espécies de animais que povoaram o planeta.

Até agora, a ciência sabia do ocorrido, mas não entendia a razão. Porém, os estudos da Universidade de Lund apontam que um asteroide 3 mil vezes maior do que o matou os dinossauros há 470 milhões de anos atrás foi o responsável pelo aumento da biodiversidade na Terra. Este se encontrava além da órbita de Marte e colidiu com uma rocha de tamanho semelhante, resultando em muita poeira que caiu na Terra.

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A consequência desta poeira para o planeta foi a atenuação da luz solar, que reduziu a radiação. Esta, por sua vez, esfriou o planeta significantemente e iniciou uma idade glacial que permitiu o nascimento de novas espécies. Neste período, o gelo se expandiu e os níveis do oceano caíram, criando mares rasos e isolados, propícios para melhorar a criação de novas espécies. Além disso, a água fria possui mais oxigênio dissolvido, que também melhorou as condições para a vida.

Os cientistas já sabiam a respeito da Era Glacial e do GOBE, mas não entendiam sua causa. Assim, decidiram estudar as partículas de poeira nos sedimentos do fundo do mar depositados neste momento. Assim, conseguiram confirmar que esses sedimentos provêm das nuvens de poeira dos asteroides pela presença do isótopo hélio-3, que só poderia ter vindo do espaço.

Via: Fawer Wayer