O CEO do Twitter, Jack Dorsey, anunciou em uma série de tuítes que a rede social vai passar a proibir a veiculação de anúncios políticos pagos, em contraste com uma política recente do Facebook, que promete respeitar a “liberdade” dos anunciantes, mesmo que os anúncios contenham mentiras.

Segundo Dorsey, o alcance de uma mensagem política deve ser conquistado, e não comprado. “Uma mensagem política ganha alcance quando as pessoas decidem seguir uma conta ou retuitar. Pagar pelo alcance remove essa decisão, forçando mensagens políticas altamente otimizadas e direcionadas às pessoas. Acreditamos que essa decisão não deve ser comprometida por dinheiro.”

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O executivo afirma que anúncios políticos na Internet representam “desafios completamente novos para o discurso cívico, com técnicas como otimização de mensagens com base em aprendizado de máquina, micro segmentação, mensagens distorcidas ou fake news”. Eliminar os anúncios políticos elimina a causa destes problemas “sem o peso e complexidade que teríamos se estivéssemos recebendo dinheiro dos anunciantes”.

Twitter x Facebook

Dorsey aproveitou a oportunidade para alfinetar o Facebook e seu rival, Mark Zuckerberg. Segundo ele, seria prejudicial à credibilidade da empresa dizer que “Estamos trabalhando duro para impedir que as pessoas tirem proveito de nossos sistemas para espalhar informações falsas, maaas se alguém nos pagar para segmentar e forçar os usuários a ver seu anúncio político… Bem, então esse alguém pode dizer o que quiser”.

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O executivo do Facebook disse recentemente estar preocupado com a “erosão da verdade” na rede social, mas que “ao mesmo tempo, acho que as pessoas não querem viver em um mundo onde você só pode dizer dizer coisas que as empresas de tecnologia decidem ser 100% verdadeiras. Acho que essas tensões são coisas que temos que conviver”.

A política completa relacionada a anúncios políticos será anunciada em 15 de novembro, mas Dorsey afirma que haverá algumas exceções à regra, como anúncios incentivando as pessoas a votar, sem mencionar nenhum candidato ou mensagem política em particular. As novas regras entram em vigor em 22/11, para que os anunciantes tenham tempo de se adaptar.

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Concluindo o post, Dorsey afirma que esta decisão não tem a ver com “liberdade de expressão”, e sim com candidatos pagando por alcance. Segundo ele, pagar por alcance de um discurso político tem “ramificações significativas com as quais a infraestrutura democrática atual pode não estar preparada para lidar”.

Fonte: Twitter